terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Lenha na Fogueira - 31.12.14

Graças a Deus vencemos mais uma etapa da vida. É mais um ano que conseguimos chegar ao fim, com saúde e feliz!

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2014 foi realmente um ano atípico para nós rondonienses e em especial, de Porto Velho, Guajará Mirim, Nova Mamoré, Jacy. Abunã, São Carlos, Nazaré, Prosperidade e tantos outras localidades ribeirinhas do estado de Rondônia como Costa Marques e cidades de Ji Paraná.

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Até hoje Rondônia não conseguiu se recuperar das conseqüências da enchente dos rios Madeira, Mamoré, Guaporé.  Machado, Jamary e Candeias.

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O Governo Federal não cumpriu com o que prometeu ao governo estadual e este com os prefeitos cujas cidades foram afetadas pela  enchente.

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Hoje os meios de comunicação costumam publicar as famosas “Retrospectivas”. E no segmento cultural o que temos para recordar nesse final de ano?

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Sei que muitos colegas irão dizer que não temos nada a lembrar positivamente, quando se trata de eventos culturais que aconteceram no ano de 2014;
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Porém, tenho que discordar. Temos alguns fatos que temos que elogiar. Vamos ver!

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O Festival de Teatro Amazônia Encena na Rua que este ano foi cem por cento coordenado pelo Sesc. O Sesc também levou para outros municípios além de Porto Velho o Festival Palco Giratório.

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O Levy junto com a Golda realizaram o Festival de Cinema Curta Amazônia que contou com grande aceitação do público.
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Enquanto o FestcineAmazônia foi o maior sucesso com a presença do Kaka Carvalho e do Osmar Prado.
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O Ministério Público com a interferência do Procurador de Justiça Heverton Aguiar proporcionou à Federação dos Grupos Folclóricos de Rondônia a realização do Arraial Flor do Maracujá que foi considerado o melhor dos últimos dez anos.

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A Funcultural de Porto Velho promoveu o São João no Centenário repassando aos grupos folclóricos, recursos para os mesmo se apresentarem no Arrastão de São João. Arraial Flor de Cacto, ArraiáLeste, Arraial do Nacional e Arraial de São Tiago e Arraial Comunidade no Sertão.

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Os shows musicais que acontecem de segunda a sábado no Mercado Cultural, contaram com o apoio financeiro da prefeitura de Porto Velho. Tudo por conta do Centenário do município.
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Os blocos carnavalescos de trio elétrico desfilaram no mês de julho participando do 1° carnaval fora de época promovido pela prefeitura de Porto Velho, em virtude da cheia do Rio Madeira que impossibilitou os desfiles no mês de fevereiro.
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Nunca se viu na cidade, tanto show de rock como neste ano de 2014 e o que foi melhor, com bandas locais tocando musicais autorais.

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Pela primeira vez aconteceu o Madeira Festival cujo objetivo é a valorização musical, culinária e artesanato local.
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Para fechar com chave de ouro os acontecimentos culturais positivos no ano de 2014,

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Foi inaugurado pelo governo do estado o Teatro Palácio das Artes Rondônia que conta com o anexo Teatro Guaporé. Em conseqüência de sua inauguração vários espetáculos de dança, teatro e musica aconteceram no mês de dezembro, Tudo Grátis!

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A cereja do bolo cultural foi a inauguração do prédio que ficou conhecido como “Da Câmara Municipal” que passou a ser o Museu Vereador Anísio Gorayeb. Mérito aos vereadores de Porto Velho em especial ao presidente Alan Queiroz, em especial a Associação Cultural Rio Madeira – ACRM.

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Às vezes somos muito radicais e em conseqüência, deixamos de ver as coisas boas que acontecem ao nosso redor.
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2014 não foi lá essa “Brastemp”, mas, deu pro gasto!

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SALVE 2015!

Mistura Fina, 31 anos de adeus ao ano velho

Os foliões de Porto Velho se reúnem a partir das 12h00 deste dia 31 de dezembro, na esquina da rua Joaquim Nabuco com a rua Bolívia no bairro Santa Bárbara e participam da concentração do tradicional Bloco “Mistura Fina”.
O Bloco Mistura Fina vai desfilar pela 31ª vez pelas ruas do centro histórico de Porto Velho, dando adeus ao ano de 2014 e boas vindas ao ano de 2015. A tradição começou no ano de 1983 quando alguns técnicos que vieram do Rio de Janeiro trabalhar na construção da Usina Hidrelétrica de Samuel resolveram recordar da sua cidade natal, que tem como tradição no dia 31 de dezembro, contar com desfiles de blocos que são conhecidos como “Bloco das Piranhas”, cuja principal fantasia é “Homem’ vestido de “Mulher” e “Mulher” vestida de “Homem”. Na época, o bloco se concentrava numa vila de apartamentos localizada a rua Guanabara entre a Carlos Gomes e a D. Pedro II no bairro São Cristóvão.

Com o término das obras de Samuel os carnavalescos cariocas, passaram o comando do bloco para os foliões que freqüentavam o Bar do Casimiro na Almirante Barroso com a Joaquim Nabuco.
Já na década de 1990, a diretoria da escola de samba Asfaltão passou a coordenar os desfiles do Mistura Fina, que com a morte do Casimiro passou a se concentrar no Bar do Antônio Chulé local aonde permanece até hoje.
Com o passar do tempo os foliões deixaram de se fantasiar no estilo “Bloco das Piranhas’ e a fantasia oficial do Mistura Fina passou a ser o amido de milho “Maizena”. “Se você não gosta de ser melado com maizena nem compareça”, alerta a diretoria de comunicação Silvia Pinheiro.

Destaques do Mistura Fina


O bloco reúne a fina flor dos carnavalescos portovelhenses. A bateria é formada em sua maioria, pelos batuqueiros da “Pura Raça” comandada pelo Mestre Admilson Knightz, a porta Estandarte é a Fracis, os cantores Bainha, Waldison Pinheiro, Mávilo Melo, Torrado, Makumbinha, Oscar Knightz, Zé Baixinho e a Priscila. As Pastoras do Asfaltão fazem a abertura do desfile interpretando as mais badaladas Marchas Rancho, Silvio Santos sempre é escalado para homenagear os fundadores do bloco, se fantasiando de mulher, geralmente um personagem feminino em destaque de uma novela em cartaz. “Este ano sairei de Xana”, confirma o carnavalesco. Destaque também para os músicos de instrumentos de sopro que sempre comparecem espontaneamente e ao Tatá autor de várias marchinhas que são cantadas durante o desfile.

Concentração e saída


A concentração está marcada para começar as 12h00 e a saída as 17h00, fazendo o seguinte percurso: Joaquim Nabuco, Almirante Barroso, Marechal Deodoro, Carlos Gomes, Tenreiro Aranha, Sete de Setembro, Nações Unidas, Brasília e rua Bolívia.
Este ano o bloco conta com o apoio da Funcultural de Porto Velho.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Lenha na Fogueira - 30.12.14

Amanhã dia 31, o Bloco Mistura Fina desfila pelas ruas do centro histórico de Porto Velho numa tradição que vem do tempo da construção da Hidrelétrica de Samuel.

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A concentração começa ao meio dia, no bar do Antônio Chulé e o desfile propriamente dito as 17h00. A fantasia exigida pelos organizadores é “Maizena” ou amido de milho. Não vale trigo ou outro pó.

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Outra fantasia que é bastante utilizada pelos foliões do Mistura Fina é “Homem’ vestido de “Mulher”. O sambista Cara de Paca sempre se fantasia de uma personagem feminina que está fazendo sucesso em uma das novelas. Este ano o destaque desfilará de “Xana” da novela “Império”.

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Por falar em carnaval! A Banda do Vai Quem Quer abres sua sede, no próximo dia 5 de janeiro. Nos seus 35 anos, a Banda do Vai Quem Quer de acordo com sua presidenta Siça Andrade volta a desfilar no sábado de carnaval com tudo que tem direito.

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Dia 05 a Sede da Banda Abre já com a venda das camiseta para o desfile que vai acontecer no dia 14 de fevereiro.

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Já no dia 10 de janeiro, será a vez do Bloco Galo da Meia Noite iniciar os ensaios visando o desfile do dia 12 de fevereiro. Segundo o diretor Edson Caula este ano, além do Galo outros quatro blocos estarão promovendo seus ensaios no Terreiro do Galo no bairro Caiari. Tudo para reduzir custos.

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O presidente da Funcultural de Porto Velho Marcos Nobre pretende realizar o Baile Municipal mais badalado dos últimos tempos. Tá faltando apenas definir a data.

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Se eu fosse da Funcultural e tivesse direito a opinar, sugeriria que o Baile Municipal fosse realizado no dia 31 de janeiro. Lembrando que os desfiles dos blocos de trio elétrico devem começar no dia 7 de janeiro, caso a Banda do Imigrantes confirmar a participação no carnaval.
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É pretensão do prefeito de Porto Velho através da Funcultural, realizar logo após o Baile Municipal um evento carnavalesco com a participação de bandas de renome nacional e até com a participação de mulatas das escolas de samba do Rio de Janeiro.

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Tomara que o prefeito Mauro Nazif deixe o Marquinho na Funcultural pelo menos até depois do carnaval. Digo isso, porque na inauguração do prédio da Ladeira Comendador Centeno a conversa que rolava, era que um vereador vai assumir ou indicar um nome para assumir a Funcultural de Porto Velho. “Tá mudando mais, que quenga, de macho”.

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Devemos lembrar que o menino é do ramo e sabe o que a turma da cultura quer. Deixa ele lá prefeito. Negocia outra pasta, a cultural já sofreu muito descaso por ter sido usada várias vezes como moeda política.

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Já basta a Secel que é zero a esquerda em se falando de Projetos Culturais. Não tem “cristão” que agüente tanta mudança.

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O certo é que o maior problema na caracterização da “Xana” é ter que raspar a sobrancelha! O resto a gente tira de letra, até porque, o caso da “Xana” é “Xana”, não ver que ela ta de caso com a manicure!

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O final do ano de 2014 tá bombando de apresentações culturais. É cantata de Natal, show de orquestra, show de rock, show de samba, show de boi bumbá. Tem show pra todos os gostos.

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E vai terminar com o show da banda Calipso e outros Léos Magalhães. Só faltou colocar o Léo Nascimento na parada do réveillon.

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Enquanto isso, num grupo do watsapp o “pau’ que rolou foi o da baixaria. Piada sem graça que muita gente gargalhou pela falta de criatividade ou por considerar que a criatividade era interessante.

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Falta apenas dois dias para o FIM!

Samba, toada e rock na Porto Velho de todos os ritmos


Porto Velho a capital do estado de Rondônia, mais uma vez comprovou que sua diversidade cultural musical é das mais completas do Brasil.
Para comprovar o que escrevemos acima, lembramos que no final da semana passada, entre sexta feira 26 e domingo 28, aconteceu show musical praticamente para todos os gostos. Sem muito alarde, sábado o Bloco Mistura Fina fez seu terceiro ensaio passando as Marchinhas e Sambas de Enredo que serão tocadas, no desfile do dia 31; No Mercado Cultural a partir das 20h00 Beto Cezar e convidados mostrou o melhor do samba de raiz, tudo de graça.
Domingo na praça das Caixas D’Água aconteceu o Mosh Festival uma parceria com o movimento Lo Fi onde a moçada pode apreciar várias bandas de Rock’n’roll. A praça recebeu público considerável que aplaudiu cinco bandas de Porto Velho e duas de Ariquemes. “O legal das nossas bandas de rock é que as músicas são todas autorais”, elogiava o produtor Bil Marques. O Mosh Festival contou com o apoio da Funcultural de Porto Velho.

Boi Bumbá na Feira do Porto


Para encerrar o final de semana de todos os ritmos em Porto Velho, fomos à praça Aluizio Ferreira aonde o animador Tico Marinheiro e sua equipe comandaram as apresentações de várias atrações, entre elas, o show do Boi Bumbá Diamante Negro campeão do Flor do Maracujá 2014, que mostrou a dança do Grupo Aymêe, Rainha do Folclore, Cunhã Poranga, Pajé e é claro do Boi Bumbá.

Está provado que mesmo sem contar com o devido apoio de quem de direito, Porto Velho continua sendo o “Caldeirão Cultural da Amazônia” e tem mais, os shows que aconteceram e acontecem sempre aos finais de semana, são proporcionados ao público gratuitamente. 

sábado, 27 de dezembro de 2014

ANTÔNIA COLARES DA ROCHA

Dona Zezé viúva do Raimundo Rola


O amigo Ivo Feitosa recomendou via mensagem de celular o seguinte: Silvio você precisa conversar com a dona Zezé viúva daquele barbeiro da 7 de Setembro o Raimundo. Sexta feira passada dia 26, estava eu e a fotografa Ana Célia batendo na porta da residência da dona Zezé no bairro Olaria perto da igreja de Nossa Senhora do Rosário e fomos recebidos com sorrisos e abraços, parecia que éramos conhecidos de muito tempo, a simpatia da dona Zezé cativa qualquer um. A conversa fluiu naturalmente assim como as recordações da Porto Velho dos anos 1950 em diante. “Fomos dos primeiros moradores da Baixa da União e lá ficamos até o 5º BEC chegar”. Dona Zezé católica praticante frequentadora da Igreja do Rosário onde faz parte de várias irmandades. “Sou Ministra da Eucaristia”. Histórias do seu marido Raimundo Rola o barbeiro da Sete de Setembro. “Hoje a barbearia esta sob a responsabilidade do nosso filho Jadernizio também conhecido como Alemão”, assim como lembranças do tempo que as mulheres do Olaria se encontravam na cachoeirinha que ficou conhecida como “Pedrinhas” para lavar roupa, você fica sabendo a partir de agora.

ENTREVISTA

Zk – Vamos começar pela sua identificação?
Dona Zezé – Meu nome é Antonia Colares da Rocha nasci em 1944 em Manicoré Amazonas. Em 1957/58 vim a Porto Velho passei uns meses, voltei a Manicoré me casei e vim embora de novo pra cá e aqui estou até hoje.
Zk – Como começou sua história com o Raimundo Barbeiro?
Dona Zezé – A gente era vizinho e desde criança existia aquela atração um pelo outro e em conseqüência o namoro começou muito cedo, tanto, que quando nos casamos, ele tinha 18 e eu 15 anos de idade e então viemos morar em Porto Velho. Acontece que ele era barbeiro e lá em Manicoré não tinha muito serviço nessa área e o irmão dele Clésio que também era barbeiro e já morava aqui o convidou e nós viemos pra cá. Nossa primeira residência em Porto Velho foi na rua Prudente de Moraes no bairro do Areal.
Zk – Aonde foi a primeira barbearia do Raimundo?
Dona Zezé – O nome dele é Raimundo Miranda da Rocha mais os amigos chamavam “Raimundo da Rola”. A primeira barbearia foi no prédio do seu João Elias perto do Café Santos, depois foi para o Bar Plaza que era da Deijoca do Expedito e ficava em frente à praça Marechal Rondon onde ficou por sete anos, só então, foi para a Sete de Setembro onde até hoje funciona, agora sob o comando no nosso filho Jadernizio o Alemão. Ele passava a maior parte do tempo na barbearia e eu em casa cuidando dos nossos filhos. São Sete homens e Uma mulher, ta tudo vivo e graças a Deus bem encaminhados na vida. Francilmar, Jader James, Jadernira, Jadson, Jaderlandio, Jaderlan, Jadernizio e o Jaderley.
Zk – Antes de fixar residência no bairro da Olaria vocês moraram em quais bairros de Porto Velho?
Dona Zezé – Depois da Prudente fomos para a rua D. João Batista Costa também no Areal de lá fomos para a Baixa da União até quando veio do 5º BEC e tirou o povo de lá.
Zk – Pelo que sei o 5º BEC levou o povo da Baixa da União para o bairro Liberdade e como foi que vocês vieram para o bairro da Olaria?
Dona Zezé – Nós também ganhamos um pedaço de terra no bairro Liberdade só que lá, a gente não podia fazer nada sem o consentimento do 5º BEC, foi então que o Raimundo disse Zezé isso não ta certo não, vou comprar um terreno fora daqui e construir nossa casa, não sou soldado para viver sob ordens de militares. Compramos esse terreno aqui no Olaria e construímos nossa casa. Naquela época aqui onde moro até hoje, não tinha rua não tinha nada, era tudo sítio, a rua terminava na igrejinha do Rosário, aliás, aqui era mais conhecido como bairro do Rosário.
Zk – Por falar nisso, vamos lembrar da Porto Velho de quando a senhora chegou em 1958?
Dona Zezé – A cidade terminava ali na igrejinha de Nossa Senhora das Graças assim mesmo, pra gente chegar lá, era só por caminho não tinha rua aberta. Naquela área a gente ia buscar tucumã, tinha muita goiaba araçá. Aqui no Olaria que não era nem considerado bairro o pessoal vinha caçar, as mulheres lavavam roupa na “cachoeira” que era um poço que originou o nome de “Pedrinhas”, aqui também tinha muita goiaba araçá e murici.
Zk – A senhora chegou a lavar roupa nas Pedrinhas?
Dona Zezé – Lavei muita roupa lá, a mulherada dessa área e até de outros cantos, vinha lavar roupa e a gente passava o tempo fofocando sobre as coisas da cidade, principalmente sobre a vida dos “categas”. Tinha o campo de aviação onde ficava o aeroporto do Caiari. O primeiro carro que entrou nessa área do Olaria ou Pedrinhas foi o carro que veio trazer a bagagem da nossa mudança.
Zk – E o Raimundo era festeiro, boêmio?
Dona Zezé – Ah maninho, era muito sem vergonha, nossa Mãe! Quantas e quantas vezes ele chegou em casa bêbado e eu o expulsava. Vai pra Baixa da Égua com essa bebida rapaz. Tem uma história das bebedeiras dele que ficou famosa.
Zk – Vamos contá-la?
Dona Zezé – Inclusive essa história foi contada várias vezes num programa de rádio que ele participava. Foi assim: Ele saiu da barbearia direto para uma festa e de manhã foi direto pra feira comprou um tambaqui, naquele tempo tambaqui era de no mínimo dez quilos, só que em vez de vir pra casa continuou bebendo com os amigos, ele chegou em casa num carro da polícia e queria que eu assasse aquele peixe que já estava inchado e fedendo de podre. ”Assa esse tambaqui na folha da bananeira Zezé”. Isso virou piada e era constantemente contada no programa da rádio e na barbearia como “História de Pescador”.
Zk – Quais as festas que ele gostava de ir?
Dona Zezé – A festa dele era nos puteiros que naquele tempo era tudo ali pela D, Pedro, Joaquim Nabuco, Afonso Pena chamavam de Mãe Preta, Tambaqui de Ouro, Tartaruga, Anita, Maria Eunice era nessas casas a festa que ele ia. Depois que ficamos velho a gente ia muito às festas juntos e era de bicicleta. Festa no Funrural, Januário e outros forrós. Posso dizer que o Raimundo curtiu a vida.
Zk – E o ciúme?
Dona Zezé – Manozinho te juro que eu fazia promessa, quantas vezes me ajoelhei pedindo a Deus e a Nossa Senhora pra ele parar de beber eu tinha raiva da cachaça, mas ciúme por causa de mulher não tinha não, nunca brigamos por causa disso. O bom era que quando ele chegava das festas já vinha com o mercado feito, era peixe, era carne ele sabia as coisas que eu gostava e trazia tudo. Dia de domingo a nossa casa era cheia e a mesa era farta, tinha de tudo, peixe, porco, boi, galinha era tanta comida que às vezes eu esquecia de almoçar, de tanto ficar provando na hora de fazer. Quando vejo esse cantor de samba Zeca Pagodinho naqueles encontros com os amigos dele em Xerem me lembro dos domingos no tempo que o Raimundo era vivo e boêmio. Era trabalhoso mais era bom!
Zk – Por falar em fartura teve um tempo que era difícil se conseguir carne de boi em Porto Velho. Lembra?
Dona Zezé – Naquela época a carne vinha de avião de Cuiabá e tinha a famosa fila da carne. Tinha que ir de madrugada pra fila da carne do mercado municipal e muitas vezes, quando a pessoa conseguia chegar perto da banca do açougueiro a carne acabava. O Raimundo sempre conseguia porque ele tinha muitos amigos açougueiros, aliás, ele sempre foi considerado e sua barbearia sempre foi referencia como ponto de encontro dos contadores de causos e outros mentirosos como ele mesmo dizia.
Zk – Tem uma história da barbearia sobre a política. Qual é?
Dona Zezé – Todo ano que tinha campanha política, ele pegava os santinhos dos políticos e selecionava alguns para a galeria que ele denominou de “Cantinho dos Indesejáveis” e as fotos eram pregadas em papel higiênico. Até hoje ta lá na barbearia o famoso chifre e o vaso sanitário. A barbearia fica na Sete de Setembro sub esquina com a Gonçalves Dias.
Zk – Ele morreu de que?
Dona Zezé – De diabetes! Na realidade foi conseqüência de uma malária mal curada que ele achou de fazer tratamento na Bolívia. Colega, ele cansou de curar as pessoas de malária receitando o sumo do Melão Caetano, era malária e pneumonia. Quantas vezes foi procurado para aplicar injeção, preparar um chá e tantos outros remédios pras pessoas, ele era bom demais e morreu em conseqüência de uma malária mal curada misturada com o diabetes.
Zk – O que notei foi que a senhora é conhecida como Zezé, mas, o seu nome não tem nada a ver com a apelido. Por que Zezé?
Dona Zezé – Acontece que meu nome era pra ser Euzerina ou Maria José, mas, em virtude de uma promessa que mamãe fez pra Santo Antonio terminei sendo batizada como Antônia, porém, desde criancinha sou chamada de Zezé.
Zk – Vamos encerrar nossa conversa com sua mensagem de final de ano e mãe experiente?
Dona Zezé – Olha, um dia Dom Moacir Grechi veio almoçar aqui em casa e na conversa, perguntou como eu havia criado meus filhos. Apontei pro pé de cuia que até hoje existe no quintal e falei: Dom Moacir aquela cuieira enquanto eu viver ela vai ficar ali, pois foi ela que me ajudou a educar meus filhos, hoje todos são bem encaminhados, nenhum deles seguiu o mau caminho. Sei que existe uma Lei que proíbe os pais de bater nos filhos, mas, uma coisa é certa: Quem não faz seu filho chorar enquanto criança/adolescente, um dia pode chorar por ele! Aproveito a oportunidade para desejar a todos os amigos e conhecidos um Ano Novo cheio de saúde e paz!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Câmara entrega Memorial Anísio Gorayebe à sociedade


Porto Velho e os portovelhenses foram agraciados na noite de terça feira 23, anti-véspera do Natal, com o que podemos classificar como o melhor presente de Papai Noel dos últimos anos.
Graças à compreensão do vereador presidente da Câmara Municipal Alan Queiroz, que entregou à sociedade, completamente restaurado, o prédio que ficou conhecido como da “Antiga Câmara”, localizado na Ladeira Comendador Centeno à rua José Bonifácio. “Minha mãe trabalhou nesse prédio, eu praticamente cresci correndo por suas escadas, por isso não poderia deixar esse pedaço da nossa história ser esquecida” disse Alan.

Muitas pessoas marcaram presença na noite da inauguração entre elas, o vive prefeito e ex vereador Dalton Di Franco, o decano do jornalismo rondoniense Euro Tourinho, o historiador professor Abnael Machado de Lima, professora Yedda Bozarcov, antigos vereadores como Osmar Vilhena, Dr. Itamar além de muitos que de uma maneira ou de outra contribuíram com o desenvolvimento da cidade de Porto Velho e figuras carismáticas como o Cabo Áureo que fez questão de prestar continência na hora da solenidade de inauguração, ao presidente da Câmara Alan Queiroz.

O mestre de cerimônia Anizinho Gorayeb convidou todos os vereadores presentes a se posicionarem a frente dos convidados e o hino de Rondônia foi executado pela orquestra da UNIR
O Presidente da Associação Cultural Rio Madeira escritor William Haverly em seu discurso de agradecimento, lembrou a luta que a ACRM travou, até o Alan ser eleito vereador e presidente da Câmara. “Peguei muito chá de cadeira e cheguei até a ser xingado por assessores do prefeito da legislação anterior, mas não desisti de lutar pela restauração desse patrimônio histórico, eu e todos os membros da diretoria da ACRM e aqui lembro o Juiz de Direito Dr. Berlange, do Antônio Serpa do Amaral – Basinho, do jornalista Zola Xavier entre outros” agradeceu William e ainda desabafou, “Enquanto não conseguiram recursos para investir na restauração desse prédio, nos apresentam e nos envergonham com uma decoração de Natal feita com pneus velhos, não posso concordar com tanta falta de respeito para com a nossa cidade e por isso ‘chuto o balde”. Discursou o escritor, que na ocasião, apresentou o livro que conta a história política de Porto Velho.

Apesar da solenidade de inauguração ter sido considerada muito longa (aproximadamente duas horas), todos os presentes foram unânimes em elogiar a iniciativa do vereador Alan Queiroz em assumir a responsabilidade pela Câmara Municipal de Porto Velho e restaurar o Prédio, que após ter sido sede da Prefeitura Municipal, da Câmara de Vereadores e Quartel do Corpo de Bombeiros, agora abriga o “Memorial Vereador Anízio Gorayeb”.

Lenha na Fogueira - 27.12.14


Ontem meu amigo escritor, jornalista e atualmente editor do jornal Alto Madeira Lucio Albuquerque me ligou, querendo saber sobre os cinco destaques culturais na minha visão, do ano de 2014.

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Minha resposta foi, pela ordem: A inauguração do Teatro Palácio das Artes Rondônia; A inauguração da restauração do Prédio da Ladeira Comendador Centeno que ficou conhecido como “Da Câmara”; A realização do Arraial Flor do Maracujá pela Federon com a anuência do Ministério Público de Rondônia; O Festival de Teatro Amazônia Encena na Rua; E a evolução da Orquestra Villa Lobos.

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É claro que muitas outras ações culturais merecem destaque em 2014, mas, como ele pediu apenas cinco optamos pela lista acima.

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Você viu que colocamos como segundo lugar entre os destaques, a restauração do prédio da Câmara de Vereadores. Poderíamos até ter colocado em primeiro lugar, pois, graças a determinação do vereador Alan Queiroz, a ACRM conseguiu o objetivo maior do seu Regimento Interno que era justamente a restauração do prédio que para a turma do meu tempo ficava na “Ladeira da Prefeitura”.
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O discurso do presidente da ACRM William Haverly nos Lembrou as solenidades dos anos cinqüenta e sessenta, quando os oradores faziam sucesso. William escreveu e leu o que muitos gostariam de dizer e não dizem porque não tem a coragem e muitas vezes quando tem coragem, lhes falta a oportunidade. O detalhe foi a eloqüência do William.

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Lembrou o orador dos “Chá de Cadeira” que pegou juntamente com a diretoria da Associação que é dirigida por ele, e chegou a ficar irritado ao lembrar-se da decoração de Natal que o prefeito atual mandou fazer na cidade. “Não posso concordar com tanta falta de respeito para com o nosso povo. ‘Chuto o Balde’ pra tamanho descaso”.

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O interessante foi que ao seu lado estava o vice prefeito de Porto Velho, que baixou a cabeça como quem diz: “não tenho nada a ver com isso”

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Os aplausos ecoaram por todo centro histórico de Porto Velho, quando o Cabo Áureo pediu licença e se apresentou ao presidente da Câmara de Vereadores Alan Queiroz obedecendo ao ritual que os militares praticam ao se apresentar aos seus superiores. Aí lembramos do tempo que o Cabo Áureo, fazia a tropa subir a Ladeira Comendador Centeno correndo de costas. Muita gente ficava esperando o pelotão de soldados do 5° BEC só pra ver Cabo Áureo fazê-los subir a ladeira correndo de costas.

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O Memorial Vereador Anísio Gorayeb foi inaugurado. Agora os moradores de Porto Velho tem a obrigação de colaborar doando peças que representam a nossa história para completar o museu.

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Museu da Imagem e do Som. Se você tem algum vídeo que pode ser considerado como história de Porto Velho doe ao Memorial, procure a direção da Associação Cultural Rio Madeira. Tem Basinho, Willian, Maciste, Ernesto Melo e muitos outros que fazem parte da diretoria.

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Você também é responsável pela formação do acervo do nosso Museu da Imagem e do Som. A prelazia dou a primeira mesa de som da Rádio Caiari assim como o primeiro gravador Akay. Falta a sua doação.

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Não sei se os vereadores aprovaram Lei que obriga a prefeitura de Porto Velho a destinar orçamento e o financeiro para a manutenção do Memorial Anísio Gorayeb. Se não aprovaram, aprovem, para que o Anísio Gorayeb não se transforme num Memorial Jorge Teixeira que até bem pouco tempo, sofreu com a falta de recursos para sua manutenção.

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Parabenizamos a Câmara de Vereadores de Porto Velho pela obra!