LENHA NA FOGUEIRA
Lenha na Fogueira
A semana da Consciência Negra este ano em Porto Velho, não contou com uma programação digna,
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Nos anos anteriores, as entidades que defendem a cultura afro-brasileira e suas raízes, foram mais atuantes, promovendo palestras e até trazendo para participar dos encontros, figuras de destaque nacional como foi o caso da então Ministra Benedita da Silva e tantas outras personalidades importantes do Brasil que de uma maneira ou de outra, tem a ver com o movimento negro.
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Este ano o que vimos foi apenas a “Marcha Zumbi”, que contou apenas com integrantes das religiões afros como candomblé e umbanda que não passou do Mercado Cultural.
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Este ano, meia dúzia de Pais, Mãe e Filhas e Filhos de Santo chegaram ao Mercado Cultural. Quem realmente animou os integrantes da Marcha, foram os sambistas que estavam se apresentando na “Roda de Samba do Beto Cezar”.
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Aliás, o Beto não gostou nada quando o pessoal da comunidade afro-brasileira tomou conta das dependências do Mercado Cultural com seus cantos que são conhecidos como “Ponto”.
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Daí pra frente o som foi desligado, mas os sambistas pegaram seus instrumentos e passaram a acompanhar os cantos “negros”, o que salvou o encerramento da “Semana da Consciência Negra” em Porto Velho.
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Quem começou esse negócio de festejar o dia de Zumbi em Porto Velho foi o pessoal do Grupo Cabeça de Negro lá pelos idos dos anos 1980. Dada, Bubu, Júnior, Jorge do Areal, Ataíde, Carlinhos Maracanã, Neguinho Orlando, Paulinho e muitos outros como os sambistas Bainha, Silvio, Leônidas, Ernesto Melo, Oscar Knigthz, Caula, seu João e muitos outros.
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Tá certo que o negócio era mais para o lado do samba, capoeira e da culinária. Pouco se divulgava a cultura dos “batuques”. E olha que essa cultura há muito é praticada em Porto Velho.
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Veio com a Mãe Esperança que criou o Batuque de Santa Bárbarae a Mãe Chica Macaxeira do Batuque de São Benedito que também era conhecido como Batuque do Samburucu.
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Depois veio o “Pai” Albertino que assumiu o Santa Bárbara e o levou para a Vila Tupi local onde funciona até hoje.
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Veio o Celso e criou o Batuque de São Sebastião ali na rua Jacy Paraná.
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Recentemente quem vem promovendo os encontros dessa cultura é a Associação Accuneraa que tem a frente o negro Silvestre que coordena a Marcha Zumbi.
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Não sabemos o que está acontecendo, mas, achamos que o movimento negro em Porto Velho está muito aquém do que já foi e do que é necessário ser.
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Por falar em cinema! O Festcine Amazônia chegou ao fim de mais um edição somando grande presença de públicos nos Terreiros, no Circo, nas Escolas e principalmente no Teatro Banzeiros.
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Jurandir Costa e Fernando Kopanakis venceram mais uma etapa do Projeto. A contagem regressiva para a 10ª edição já começou.
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Durante a solenidade de premiação, o público super aplaudiu a homenagem a professora Ursula Maloney.
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Ursula é um exemplo a ser seguido, copiado, imitado, enfim, como disse o poeta Thiago de Melo “A partir de agora vale a verdade de Ursula Maloney”
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O que estranhamos foi a falta de vibração da platéia para com os vencedores do Festival.
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Por exemplo, um filme eleito como o melhor no segmento Júri Popular, é porque o público o escolheu e se assim é, ou foi, fica a seguinte pergunta que não quer calar:
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Por que ao ser anunciado o filme “A Dama de Vermelho” como vencedor do Júri Popular a platéia não se manifestou ou se manifestou com raríssimas palmas? Será que o público que estava no Banzeiros na noite de sábado, não foi o que votou no filme carioca. Ou o júri popular só foi popular para os jurados?
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To assim indignado, porque o filme pelo qual eu estava torcendo não recebeu nem mesmo uma citaçãozinha durante a premiação.
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Tenho certeza que na noite de sua exibição, poucas foram as pessoas que votaram em outra “película” e tenho mais certeza ainda, que o público das outras noites não foi tanto quanto o da noite de quarta feira.
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To lamentando a falta de consideração para com o documentário: “Bastidores do Samba – Espetáculo da Cultura Popular”, um filme muito bem produzido pela equipe dirigida pelo Bill Marques
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Lamentamos pela não premiação da produção, porque defendemos ferrenhamente o movimento das escolas de samba em Porto Velho.
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Porém, não podemos deixar de parabenizar os produtores do documentário vencedor, “Ilha do Jacó”.
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Nosso protesto é quanto a premiação do júri popular!
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