Ontem a
escola Asfaltão comemorou 45 anos de fundação. Acontece que a história postada
pela direção da escola não bate de jeito nenhum com os fatos.
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Acontece
que a terça feira de carnaval de 1971 foi no dia 23 de fevereiro e não no dia
17 de fevereiro, como a história está sendo passada para a juventude.
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Vou dar
uma de Antônio Cândido o Poeta que se preocupa em contar a história real e não
a sonhada ou imaginada.
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É só
prestar atenção no trecho da entrevista que fiz com o José Araújo – Bacu um dos
fundadores do Bloco para ver que a decisão de desfilar não foi tomada no dia
dos desfiles dos blocos e escolas de samba, ou seja, 23 de fevereiro. (Naquele
tempo os desfiles dos blocos e escolas de samba aconteciam na terça feira de
carnaval).
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E
segundo Bacu eles estavam degustando uma “Panelada”, prato típico da nossa
região, que é preparado com as Patas do Boi ou Vaca, tripas, bucho, livro,
etc... na Usina de Asfalto que ficava na hoje esquina da Rua Tiradentes (antes
era Estrada da Penal) com a Rio Madeira nas proximidades do Conjunto Marechal
Rondon e tomando Mocoró, uma invenção do José Meireles outro fundador do bloco,
que era uma mistura de várias bebidas alcoólicas.
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Bacu
também afirma que por ser amigo do então prefeito Luiz Gonzaga, foi escalado
para pedir a ajudada financeira do prefeito para comprar os apetrechos do bloco
inclusive a bebida, no que foi atendido.
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Isso
quer dizer, que o Bloco surgiu antes dos desfiles de carnaval daquele ano, ou
seja, no dia 17 de fevereiro uma semana antes do carnaval oficial. 17 de
fevereiro de 1971 foi uma quarta feira e mais... Conta Bacu que o bloco saiu da
Usina de Asfalto com aproximadamente 50 brincantes e passou pela frente do
palanque oficial montada na avenida Sete de Setembro (onde hoje é a
Discolândia) com no máximo dez brincantes.
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Não
estou dizendo que o Asfaltão não foi criado no dia 17 de fevereiro de 1971. O
que quero esclarecer, é que seus fundadores, não estavam naquele dia,
trabalhando no asfaltamento da avenida Sete de Setembro, eles haviam terminado
o trabalho uma semana antes do carnaval e resolveram criar o Bloco de
Originalidade Asfaltão. Se organizaram e criaram a entidade que por muito tempo
foi considerado como Bloco Oficial da Prefeitura e até recebia subsídio “por fora”,
ou seja, independente dos subsídios repassados as demais agremiações
carnavalescas, o Asfaltão recebia mais uma ajuda da
prefeitura.
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A data está correta, o que não
está correta é a história do jeito que está sendo contada, inclusive por mim.
Só depois da entrevista com o Bacu foi que as coisas ficaram claras.
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Independente
de data certa ou não, desejamos a escola de samba Asfaltão muitas glórias,
muitos carnavais vitoriosos. Hoje a escola de samba Asfaltão é a única
agremiação carnavalesca que realmente se preocupa em fomentar a cultura do
samba em Porto Velho.
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Durante
o ano todo e todo ano, sua diretoria passa promovendo eventos culturais na
famosa Tenda do Tigre. Pelos grandes carnavais, pelo respeito para com a nossa
cultura e acima de tudo, pelos seus carnavais, tiramos o chapéu para o Grêmio
Recreativo Escola de Samba Asfaltão.
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Asfaltão
que este ano vai cantar na Passarela do Samba Edson Fróes o enredo: “Não Sei se é Sonho, Utopia
ou Ilusão... Vou Cumprir Minha Missão”.
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A
escola será a primeira a desfilar no dia 27 deste mês na Passarela Edson Fróes
montada no Parque dos Tanques, isso que dizer, que vai entrar na Passarela as
20 horas. Parabéns Asfaltão!
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