quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Escola de samba Asfaltão comemora 45 anos


A escola de samba Asfaltão completou ontem quarta feira (17), 45 anos como entidade carnavalesca. É a única escola que viveu todas as etapas, de amadurecimento necessário para se firmar e conquistar seu espaço. Foi Bloco de Sujos, Bloco de Empolgação, Bloco de Enredo, Escola de Segundo Grupo e Escola do Grupo Especial”, informa diretora de comunicação Sílvia Pinheiro.
Ha alguns anos, entrevistamos um dos que participaram do primeiro desfile da agremiação o compositor Jorge Makumba que lembrou de como nasceu a entidade:
Tudo começou quando a turma que estava asfaltando as ruas da cidade de Porto Velho faturando hora extra durante os dias de carnaval! Ao ouvirem o som dos tambores das escolas de samba e blocos carnavalescos que estavam se apresentando na passarela do samba, resolveram dar um tempo no trabalho e do jeito que estavam foram para a avenida desfilar.
Esse do jeito que estavam, implica em dizer, todos sujos de pixe e “melados” (bêbados) de “mocoró” (mocoró é um preparo que leva vários tipos de bebidas alcóolicas e por isso é muito forte) e resolveram após degustar uma “Panelada” preparada pelo Zezeca na Usina de Asfalto da Prefeitura que ficava na Estrada da Penal ali nas proximidades do Conjunto Mal. Rondon, seguir para a avenida Sete de Setembro, local onde estava acontecendo os desfiles carnavalescos. 
Até porque a dita “Panelada” regada a “Mocoró” foi em comemoração ao término do recapeamento do trecho aonde seriam os desfiles carnavalescos. 
Pegaram pás, picaretas, vassourões, baldes e outros apetrechos utilizados no asfaltamento das ruas e seguiram para a avenida, com um estandarte feito de caixa de papelão – com os dizeres: “Bloco do Asfaltão” 
Segundo José Araújo – Bacu, em recente entrevista também publicada neste matutino, saíram da Usina de Asfalto aproximadamente 50 integrantes e só conseguiram passar pela frente do palanque oficial, aproximadamente 10 brincantes do bloco, assim mesmo, alguns dentro do Jeep que levava a bebida (mocororó) dirigido pelo Gervásio
Este ano a escola vai apesentar o enredo “Não Sei se é Sonho, Utopia ou Ilusão... Vou Cumprir Minha Missão”. O Samba é de autoria da parceria Mávilo Melo e Waldison Pinheiro.
(Veja matéria sobre os prepartivos para o desfile do dia 27 deste mês na página C-1)


Trecho da entrevista com Bacu


Gervásio e Bacu  fundadores do Bloco do Asfaltão
Zk – Agora você vai nos contar a história de como nasceu à escola de samba Asfaltão, na realidade, o Bloco do Asfaltão? 
Bacu – O Asfaltão surgiu através dos colegas da garagem da prefeitura que trabalhavam no asfaltamento das ruas de Porto Velho, era o Gervásio, João Natal, Zé Holanda, Jorge Macumba, entre outros. Como eu tinha boa intimidade com o Luiz Gonzaga que era o prefeito consegui uma verba para colocar o Bloco do Asfaltão. A história da criação do bloco foi assim: A gente estava trabalhando com asfalto e era tempo de carnaval, então começou aquela brincadeira de um melar o outro de piche e alguém sugeriu vamos desfilar como “Bloco do Asfaltão” e então fizemos rodo, vassoura e todos os apetrechos que a gente usava para asfaltar as ruas só que no caso do bloco, era tudo de madeira.

Zk– E o primeiro desfile como foi? 
Bacu– O interessante foi que quando chegamos em frente ao palanque oficial, dos cinquentabrincantes que saíram da sede da SEMOB se passaram 10 foi muito, os demais ficaram bêbados pelo meio da viagem.

Zk – E o Mocororó quem inventou?
Bacu – Foi o José Fernandes Meireles, ele preparava toda aquela gororoba e empurrava na turma. O Zezeca foi o primeiro a capotar, lembro que pelo palanque estava eu o Parruda, João Natal, Zé Meireles, Gervásio e o Jorge Macumba. Depois do caso passado, do desfile terminado, fui soltar uns dez, que estavam presos na Central de Polícia por estarem aprontando bêbados no Mercado Municipal que hoje é Mercado Cultural.


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