terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

DANÇA DOS BANZEIROS


Bebendo tacaca na cuia de chimarrão




O espetáculo musical apresentado por Paulinho Rodrigues e banda Waku’mã ficou com gosto de quero mais

Sandro Bacelar e Gioconda após o espetáculo de música regional do Paulinho Rodrigues e Banda Waku’mã, que aconteceu segunda feira 25, no Mercado Cultural, anunciou que o Projeto “Segunda Musical” passa a se chamar “Segunda Cultural”. “Afinal de contas aqui recebemos artistas de todos os segmentos culturais, como artes plásticas, literatura, artesãos e poetas, além de músicos que tocam a chamada música da cultura popular como é o caso do Paulinho Rodrigues”, disse Sandro Bacelar.
Na realidade, a noite estava convidativa para se ouvir músicas românticas e uma MPB de qualidade e nesse caso, nada melhor do que contar com o Duo Pirarublue e o show que eles apresentam todas as segundas feiras no Mercado. O artesão Ismael Barreto nos chamou a atenção para o luar. “A lua hoje está igual aquela que o Ernesto Melo canta em suas canções, pois está cor de prata”. Realmente estava uma noite maravilhosa, enquanto o Pirarublue preparava o público que compareceu, interpretando canções de compositores nacionais e locais como Noel Rosa, Chico Buarque, Tom Jobim, Laio, Bado e Augusto Silveira. Paulinho Rodrigues dava os últimos retoques em sua indumentária multicultural, pois conta com a bombacha dos gaúchos, colete andino e sapato de seringueiro e até um chapéu mexicano que é utilizado na decoração do ambiente. “Caiari - A Dança dos Banzeiros”, desta vez não contou com as dançarinas. “O ambiente não comporta nossa estrutura”, justificou Paulinho que não abriu mão dos músicos que formam a Waku’mã: Tino Lira (sax tenor), Nei (trompete), Parasinho (sax alto), Odilon (trompete de vara), Theimar (teclados) Mila (percussão) e Catatau (cajon e pratos) e Beto (bass).
Mesmo sem contar com as dançarinas de toadas na sapatilha de ponta, o espetáculo foi aplaudidíssimo pelos presentes. “Não é de se admirar, pois o Paulinho quando monta um show pode contar que é de primeira”, dizia a viúva do Rubens Parada professora Eliete. “É meu amigo, Porto Velho fica ali atrás daquela craviola”, essa Porto Velho se refere a Paulinho Rodrigues quando integrante da Banda Tarumã. O som do Charango anunciou que o Amo de Tracoá passaria a cantar o que de melhor temos em cultura popular, a toada de boi bumbá, e lasca a premiadíssima “Povo Moreno” - “Meu canto ecoou na mata, no Cuniã e no Tracoá, saudando meu povo Moreno que vem dançar de Boi Bumbá”, o mercado quase vai abaixo tantos foram os aplausos. “Gostaria de agradecer a vocês pela compreensão, pois não foi possível montar toda nossa estrutura, agradecer ao Sandro e a Gioconda pelo convite e a minha mãe que veio de São Paulo para me prestigiar”, lembrou Paulinho anunciando, que o show estava chegando ao fim, cantou uma música muito bonita que fala sobre o rio Madeira e o progresso que está dizimando aos poucos a cultura local e quando se preparava para parar, Sandro o intima, “Só encerra depois que cantar Urutau”. Paulinho não se fez de rogado e começou. “Curupira cantou alto mapinguari respondeu, urutau cantou mais forte, curupira estremeceu, urutau cantou mais forte e a floresta emudeceu...”. Nesse caso o Mercado Cultural emudeceu!

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