Poder
público impede realização de carnaval
O
Carnaleste ficou a mercê das decisões de um policial que pelo jeito, detesta
ver o povo se divertindo
O poder público do estado de Rondônia e município de
Porto Velho, numa atitude considerada por alguns, como “excesso” de preciosismo
e por outros como falta de sensibilidade e respeito para com os foliões,
impediu a realização do “Carnaleste”, na noite de terça feira 12, último dia de
carnaval.
Tudo estava correndo na maior tranqüilidade, os DJs
tocando músicas que embalavam os foliões que iam chegando à Amador dos Reis
local da concentração e desfile dos blocos que integram o Carnaleste, até que
um contingente da Cia de Transito chegou e fez de tudo para impedir a saída do
corso. Um oficial da corporação militar do estado de Rondônia se dizendo também
diretor da Semtran, primeiro exigiu que o responsável por um dos blocos
apresentasse a documentação autorizando o desfile, o cidadão dirigente do bloco
apresentou apenas o recibo do recolhimento da taxa, argumentando que devido a
correria não teve tempo de ir buscar o documento liberando o desfile. Insatisfeito
com esse argumento e vendo que realmente a taxa da liberação havia sido
recolhida, o oficial então passou a exigir a documentação do Trio Elétrico com
o devido aval do Corpo de Bombeiros, esses documentos estavam colados no pára-brisa
do veículo. Mais uma vez o policial não se convenceu e então solicitou a CNH,
no momento só quem estava presente era o encarregado pela sonorização do Trio,
que apresentou sua Carteira de Habilitação que não lhe autorizava a conduzir
carreta, mesmo com o técnico informando que ele não era o motorista do trio, o
comandante da operação solicitou que um subordinado registrasse o que
considerou de “irregularidade”, até que o verdadeiro motorista chegou e ficou
tudo esclarecido. Agora nada mais poderia impedir o desfile do
Bloco, mesmo assim, o oficial ou aspirante a oficial ainda procurava um motivo,
veio o comandante geral da operação e após as explicações apenas da parte
oficial, vimos que o comandante acatou as explicações, para não desmoralizar
seu comandado junto aos presentes e sugeriu que a música fosse liberada somente
até as 21h00 e que o trio permanecesse parado.
Mais de 10 mil pessoas estavam na avenida Amador dos Reis
na iminência de brincar carnaval até a meia noite, como vem acontecendo a Sete
Anos. “Infelizmente a atual administração municipal ta fazendo de tudo para
acabar o carnaval de Porto Velho e o pior, é que discrimina a população da Zona
Leste”, disse o organizador do evento Sidney.
História
do Carnaleste
O carnaval na Zona Leste começou a ser realizado em 2007
com a apresentação dos blocos “Broto do Açaí” e Bloco Jamaica. Já em 2008 a
prefeitura de Porto Velho através da Fundação Iaripuna oficializou o evento, o
denominando “CarnaLeste” e então passou a ajudar os blocos, contratando carros
de som para puxar cada bloco, assim o Bloco Jamaica, Broto do Açaí., escola de
samba Gaviões da Guaporé, Accunerá e outros passaram a desfilar na Amador dos
Reis num carnaval que podemos considerar como “pitoresco” e gostoso de se
brincar, porque juntava diversos estilos musicais num mesmo local e evento.
Marchinhas, reggae, axé, funk, dance e samba enredo, tudo tocando ao mesmo
tempo, cada um em seu bloco e todos brincavam na maior harmonia.
A partir do ano de 2010 o Sidney mudou o nome do bloco
Broto do Açaí para bloco “Carnaleste” confundindo o CarnaLeste evento coordenado
pela Iaripuna, mesmo assim, o evento continuou sendo realizado com grande
sucesso. Outros blocos surgiram na região como o Leva Eu, Bloco Cacique, Bonde
Axé Folia e outros, só que estes, não fazem parte do “CarnaLeste” apesar de
desfilarem na Amador dos Reis, pois cada um optou por desfilar em um dia
específico. No Verdadeiro CarnaLeste ficaram apenas o antigo Broto do Açaí e o
Jamaica que agora é Carna Reggae.
Vale salientar que o Bloco que agora é conhecido como
“Carnaleste” pelo menos este ano, não comercializou abada, assim sendo, não
teve como cumprir a exigência firmada no TAC da colocação de grades e banheiros
químicos.
Ausência da Coordenação
Em nenhum momento, a Comissão de Carnaval (será que
existia) da prefeitura de Porto Velho, marcou presença no CarLeste o que deixou
o responsável pela Cia de Trânsito na área, a vontade para agir em assuntos que
não lhes diziam respeito, como impedir que o responsável pelo trio ligasse o
som. Outra ausência notada foi o da diretoria da Uniblocos, quer dizer, os
blocos da Zona Leste ficaram a mercê das decisões de apenas um policial que
pelo jeito, detesta ver o povo se divertindo. (Silvio M. Santos).
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