E lá se foi Nana Vasconcelos
o melhor percussionista do Mundo e também uma das pessoas mais humanitárias
desse planeta.
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Tive a honra de conhecê-lo
em Brasília durante o 1º Seminário de Cultura promovido pelo Ministério da
Cultura em 2004. Na oportunidade passamos várias horas conversando sobre os
acontecimentos musicais do momento, éramos como se fossemos velhos amigos se encontrando
após longos anos ausentes.
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Ali fiquei sabendo da
vontade que ele tinha de conhecer nosso estado, inclusive pediu para seu
produtor me passar todos os seus contatos “Quem sabe, para futuros shows”,
disse ele. O mais interessante era que o show que iria apresentar naquela noite
(e apresentou) levava o título de “Encontro das Águas” e se passava nos rios da
Amazônia.
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Passei a manhã de ontem
procurando as fotos que fizemos juntos no espaço do centro de convenções de Brasília,
e como naquele tempo não tinham tanta facilidade de armazenamento como hoje,
não as encontrei entre dezenas de fotos reveladas ainda no papel.
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Na oportunidade o
entrevistei para nossa coluna, essa entrevista foi publicada no Diário da
Amazônia daquele tempo. Como nosso arquivo ainda não está digitalizado, não
teve como recuperar a entrevista. (minha intenção era publicá-la na edição de
hoje).
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À noite assisti uma dos
melhores espetáculos musicais da minha vida. Nana com suas tralhas, transformou
o ambiente no Rio Amazonas com direito a cachoeira e até a pororoca. Tudo isso
utilizando seu corpo, folhas e flande, e as palmas da platéia. Vi e ouvi o
barulho das águas como se estivesse no meio do rio. Foi um espetáculo
fascinante.
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Ao retornar a Porto Velho
conversei com o nosso melhor percussionista Bira Lourenço sobre a vontade de
Nana Vasconcelos conhecer Rondônia em especial as cachoeiras do Teotônio e
Santo Antonio (ambas ainda existiam).
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O sonho dele se concretizou
somente em 2010 quando ele veio a Porto Velho e se apresentou no Teatro
Banzeiros patrocinado pelo SESC inclusive ministrou oficina de percussão no
Sesc que viabilizou participação dele no evento do Sesc foi a Ceiça Farias.
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Nosso Bira Lourenço foi o
cicerone do grande percussionista e com certeza aprendeu muita coisa com ele.
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Quem assistiu qualquer
espetáculo do Nana Vasconcelos, com certeza jamais esquecerá, pois os sons que
ele conseguia tirar de qualquer coisa era maravilhoso. Numa audiência pública
no Congresso nacional, um deputado questionou: Faltou você trazer seus
instrumentos para nos presentear com um show. Nana saiu batendo pelas cadeiras,
xícaras de cafezinho, canetas e utilizando seu corpo como instrumento e
terminou aplaudido de pé pelo espetáculo de percussão. Ele era assim.
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O som para Nana Vasconcelos
estava em qualquer objeto. “Tudo é instrumento musical ou tudo tem sua
musicalidade”, dizia ele.
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Não foi a toa que ele ganhou
08 Grammy o maior prêmio da
música mundial.
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O governo de Pernambuco
decretou luto oficial pela morte de Nana Vasconcelos. O Ministro da Cultura
Juca Ferreira publicou nota de pesar assim como a presidente Dilma e muitas
outra autoridades. Celebridades do mundo todo postaram condolências nas redes
sociais. Os jornais do mundo destacaram a morte do nosso percussionista.
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Gostei das declarações do
rapper Gabriel Pensador: "Não vou estranhar se os trovões, os ventos e as
chuvas passarem a soar bem melhor, em combinações inusitadas de ritmos, depois
da chegada do mestre Naná Vasconcelos ao céu".
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Nem eu! Descansa em paz
Nana!
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