Do clássico Machado de Assis
aos contemporâneos Bernardo Carvalho e Daniel Galera, retrocedendo a Padre
Antonio Vieira passando por nomes como Guimarães Rosa, Cecília Meirelles e
Nelson Rodrigues, são poucos os que se salvam neste livro de Martim Vasques da
Cunha, uma obra que pretende descortinar as “relações insuspeitas que há entre
literatura e política”, “A poeira da glória” é um ensaio de crítica cultural,
frisa o autor, que a literatura como seu principal objeto de análise. Aos que
pensavam que a crítica cultural no Brasil – mais que a simplesmente literária –
havia encontrado “o fim da história” em Antônio Cândido e seus discípulos, o
livro representa uma imensa surpresa: Martim recoloca todas as peças no
tabuleiro, inclusive a de Cândido.
A poeira do título segundo o
autor, é uma referencia a uma expressão do escritor Otto Lara Resende e também
é a soma de equívocos que cobrem os autores brasileiros e com os quais os
leitores brasileiros tiveram que lidar por medo ou reverencia. “Minha intenção
é analisar um determinado estado de coisas e descobrir por que estamos nessa
situação de calamidade pública e privada que contamina o país desde o
descobrimento; e a única ferramenta que tenho em mãos é justamente esta
literatura que tanto depreciamos e que somos obrigados a suportar, como um
xarope amargo, na hora de enfrentar o Enem, o vestibular ou cocktail regado a
vinho branco alemão” escreve o autor no texto abertura do livro.
“A poeira da glória” chega
às livrarias em novembro pela editora Record.
Martim Vasques da Cunha é
escritor, jornalista, Doutor em Ética e Filosofia Política pela Universida.
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