A Assembléia
Legislativa, em atendimento à proposição dos deputados Maurão de Carvalho (PP),
Cleiton Roque (PSB) e Aélcio da TV (PP), realizou na tarde desta quinta-feira
(13) audiência pública e debateu com profundidade os eventos culturais do
Estado de Rondônia. Autoridades constituídas, produtores culturais e a
população de uma maneira geral prestigiaram o evento que apontou caminhos a ser
seguidos pelo poder público para o incentivo do setor cultural rondoniense.
O
deputado Cleiton Roque presidiu os trabalhos uma vez que o presidente Maurão de
Carvalho por motivos de doença não pode comparecer. Cleiton Assegurou que o
debate tem que ser amplo sobre a cultura, pois entende que a verba destinada ao
setor cultural não é gasto, mas investimento “porque um povo sem cultural não
tem origem”.
O
deputado Aélcio da TV (PP) disse que a Lei 190 é realmente um caso de polícia,
pois só veio para atrapalhar, ou melhor, acabar com a cultura do município
através de complicações. Aélcio disse que não entende a mentalidade de quem administra
e não muda uma excrescência como essa lei.
O
deputado Alex Redano (SD) falou que sua família sempre foi envolvida em
atividades culturais. Assegurou que quem faz cultura faz com amor e tem meios
para ajudar o setor. “Precisamos ajudar as entidades desenvolver suas
atividades”, assegurou o deputado. Sugeriu para que os deputados coloquem
emendas no orçamento para incentivar a cultura do Estado. Falou que há
necessidade de se criar a lei de incentivo à cultura para que todos, grandes e
pequenos, possam ter ajuda na produção cultural.
A
diretora de Cultura e Extensão da Unir, Marceli Pereira, parabenizou o deputado
Cleiton Roque pela realização da audiência pública. Ela destacou a importância
do debate sobre as ações culturais do Estado e disse esperar que uma definição
séria para a constituição da cultura de Rondônia seja o resultado final da
audiência.
Produtores de cultura
O
empresário José Joaquim dos Santos, conhecido como Zezinho do Maria Fumaça,
disse que eventos em Porto Velho hoje é caso de justiça. Falando sobre os
eventos, o ex-dono do bloco disse que contribuía para a cultura e economia da
Capital.
Zezinho
falou que a Lei 190/2004 foi feita exclusivamente para lhe prejudicar e
conseguiu. Seus eventos que levavam 100 mil pessoas para as ruas diariamente
foram perseguidos com todo o rigor. Disse que está preocupado com os rumos que
a cultura está tomando no Estado, pois o que está prevalecendo agora é um peso
e duas medidas.
De
outra forma, o produtor cultural, Sílvio Santos, o Zé Katraca, falou da sua
luta pela cultura de Rondônia. Disse que, infelizmente, o movimento cultural em
todos os seus segmentos “continua com o pires na mão”. Segundo ele, a falta de
um espaço específico destinado aos tradicionais eventos de Porto Velho
prejudica a realização dos mesmos. Como forma de solucionar o problema, Zé
Katraca sugeriu aos deputados que o Parque dos Tanques seja, temporariamente,
transformado no Espaço Multieventos.
Por
outro lado, a diretora artística do grupo “Raízes do Porto” Suely Rodrigues
elogiou o evento e achou louvável mais um espaço para a discussão da cultura em
Rondônia.
O
presidente do bloco carnavalesco Galo da Meia Noite, Diego Caúla, afirmou que
não quer dinheiro do poder público para a realização de eventos, mas sim,
estrutura. "Fazemos festas gratuitas para a população há mais de 15 anos
no bairro Caiari e nunca conseguimos um palco, nada com o poder público”,
destacou.
Prefeitura
Ao usar
da palavra, o atual vice-presidente da Fundação de Cultura de Porto Velho,
Funcultural, Rafael Altomar, explanou sobre o que está sendo efetivamente
discutido como a alteração de leis municipais, a criação do sistema municipal
de cultura e o conselho de cultura, o fundo de cultura e a Lei de Incentivo à
Cultura (LIC), que, segundo ele, “são fundamentais para a cultura ter um
crescimento tranquilo e sólido”.
Já
ex-secretária de Cultura de Porto Velho, Jória Lima, falou que iniciou as
discussões da Lei 190, dos grandes eventos, para efetivar mudanças, juntamente
com a procuradoria do município, técnicos da Fundação Iaripuna na época.
Informou que várias sugestões foram acatadas e a proposta acabou não sendo
encaminhada devido o estado de calamidade por qual passava o município de Porto
Velho.
Governo e MP
O
superintendente Rudnei Paes afirmou que o Estado está junto na luta pela
valorização da cultura de Rondônia. Agradeceu a oportunidade em poder discutir
um tema tão importante. “É uma tarde importantíssima para a cultural, por ter
dado oportunidade a todos falarem. Ouvimos atentamente tudo. Digo que é
importante fazer as coisas com amor e dedicação”, comentou.
O
promotor Adilson Donizete, da área de urbanismo, disse que o Ministério Público
trabalha em defesa da sociedade. Falou das decisões que o membro do MP tem que
tomar quando a demanda chega para ser resolvido pelo órgão ministerial, não
importando a complexidade do assunto. Disse sobre a decisão que o promotor tem
que tomar quando da liberação de eventos culturais e outros. Sobre verbas públicas, o promotor fez questão de frisar
que “quando se coloca emenda parlamentar é problema. A verba pública liberada
tem que haver prestação de contas”.
Igreja
O
Pastor Daniel, organizador da marcha para Jesus em Porto Velho, questionou as
leis existentes hoje, afirmando que elas atrapalham a atuação artística. Disse
que o que ecoa no Brasil e fora do país é que o Estado de Rondônia é rico em
minério, madeira, ouro, mas o povo é pobre de cultura.
O
deputado Cleiton Roque encerrou a audiência pública afirmando que o objetivo
proposto foi alcançado “porque todos puderam expor o que pensam sobre eventos
culturais e, também, a cultura propriamente dita”. Agradeceu a participação de
todos e garantiu que a Assembléia Legislativa é uma parceira de todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário