terça-feira, 11 de outubro de 2011

DE FILHO PARA PAI, NO TEMPO DO QUINTAL


CRÔNICA

De filho para pai, no tempo do quintal

Por: João Carlos Alves (*)


Foi emocionante ver e ouvir a homenagem de um filho para seu pai. Contando em detalhes sua veia musical e origem, Silvio José ou simplesmente Silvinho, emocionou a todos que estiveram na última sexta feira no teatro um do SESC.
O repertório foi escolhido sem que ninguém soubesse, apenas os músicos, daí o motivo de algumas lágrimas do homenageado.
Silvinho lembrou os amigos que freqüentavam o Quintal, esse foi o mote o Quintal, nem o Sílvio Santos sabia que o seu filho, ouvia tudo e guardou durante tantos anos, as histórias que ouviu.
Lembrou do tio Manelão, com sua imensa alegria, do Zé Carlos olho de gato, e quase conta o que ouviu, falou do Torrado e do grande Babá.
Uma viagem pelo tempo, que por obra do divino pudemos ouvir, com o homenageado presente, ali, vivo, cantando e chorando.
Poucos sambistas têm a oportunidade de ver sua obra continuada em vida, em Porto Velho se não me falha a velha memória, me parece que só o Silvinho deu continuidade ao trabalho do pai.
Silvinho passeou por boleros, marchas, samba de enredo e pelo brega, lembrou de como cada música foi surgindo naquele Quintal, frase por frase, melodia por melodia.
A família se fez presente, muitos amigos como Hiran Brito Mendes, sorria e também fazia uso do lenço, pois muitas daqueles história ele vivenciou.
Quando silvinho chamou o pai ao palco a coisa ficou vermelha, ele não sabia que iria cantar com o filho.
Aí silvinho conta a história de quando o Silvio bebia, e foi emocionante, fez o velho lembrar-se do feito para parar, foi pela filha Aline, e ele cantou. (graças a deus eu estou recuperado).
Teresa, responsável por tudo, Aline, Silvinho, Manelão, Hiran, Maracanã, e tantos outros amigos, era só lágrimas de felicidade de ver seu pequeno menino, no palco homenageando o pai.
Foi para mim nos meus 59 e meio de vida, um dos momentos mais bonitos que vivi em termos de homenagem, como já disse, em vida, foi prá chorar.
Parabéns aos brilhantes músicos, arranjos perfeitos para xote, baião, harmonia impecável no Sax, violão balançado perfeito, percussão, em mãos de quem sabe, né Bira e Bia.
Esse trabalho precisa ser mostrado de novo, tivemos uma sexta, bastante concorrida, merece apresentação em outro espaço, precisa ser visto por mais amantes da boa música, da homenagem de um filho para seu pai.

E como diz o poeta Adaídes (Dadá) dos Santos:

...Ser poeta nesta terra/Terra do velho porto/É como cantar marchinha/No dia do senhor morto/Por que falar de tristezas/Por que falar só de morto/Se o que eu trago no jeito/Quase tudo é desse porto.
Parabéns Silvio Santos, pelo filho Silvio José!!!!!!

(*) Carlinhos Maracanã.- Agitador Cultural e amigo da família

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