Comandando as baladas em Porto Velho
Podemos dizer que a Lis Medeiros é a primeira mulher que atua profissionalmente como DJ em Rondônia em especial em Porto Velho. “Existem outras meninas que tocam por aí, mas, profissionalmente só conheço a Lis” afirma o famoso DJ Mauro Marcelo companheiro da Lis. Na realidade, a entrevista que segue, foi uma sugestão do também DJ e fotógrafo profissional Eliênio Nascimento. “Zekatraca por que você não entrevista a Lis a primeira DJ do sexo feminino em Porto Velho?”. Com tanta boa referencia fiquei curioso para conhecer a jovem Lis Medeiros que na realidade, foi batizada com o nome de Silvana Mota Medeiros. Primeiro marcamos a entrevista para o inicio do mês de maio, porém fui informado pelo DRH do jornal que tinha que cumprir férias e então a entrevista ficou para depois. Ao retornar da cobertura da Festa do Divino Espírito Santo que aconteceu no município de Costa Marques no inicio deste mês, mais uma vez o “Neguinho” lembrou a entrevista com a Lis e então marcamos para a semana passada. Justamente quinta feira dia 16, recebemos Lis e seu companheiro Mauro Marcelo na redação do Diário da Amazônia e desenvolvemos o papo que você passa a acompanhar a partir de agora e que trata da trajetória profissional da jovem DJ Lis Medeiros.
ENTREVISTA
Zk – Quem é a Lis Medeiros?
Lis Medeiros – Meu nome de batismo é Silvana Mota Medeiros, como era um nome muito grande os meus amigos mais próximos passaram a me chamar de Sil e então, quando assumimos a profissão de DJ invertemos as letras desse apelido e ficou Lis o sobrenome Medeiros permaneceu e então surgiu a DJ Lis Medeiros.
Zk – Você é rondoniense?
Lis Medeiros – Não, sou maranhense de Caxias e vim pra cá em 1994 com meus pais. Meus irmãos já moravam aqui, cheguei gostei e fiquei.
Zk – E como foi que você se interessou pela profissão DJ?
Lis Medeiros – Sempre acompanhei o trabalho do DJ Mauro Marcelo e o interesse foi despertando cada vez mais, então passamos a conviver juntos como marido e mulher e ele então ao ver meu interesse pela coisa, passou a me ensinar como operar o equipamento.
Zk – E só com os ensinamentos do Mauro você se transformou em DJ profissional?
Lis Medeiros – Com o tempo, vi que apenas o ensinamento do Mauro não era suficiente para me tronar realmente uma DJ. Foi então que descobrimos um curso em Curitiba (PR) e fui pra lá fazer o curso que durou cinco meses.
Zk – Você trabalha com disco em vinil?
Lis Medeiros – Hoje em dia o vinil é mais utilizado pelos Hip Hop. No meu caso que sou considerada DJ que toca musica eletrônica a House, não utilizamos vinil como antigamente. Hoje utilizamos o CDJ que é digital. A tecnologia vem avançando e junto com ela a profissão também
Zk – Quais os equipamentos que você utiliza hoje?
Lis Medeiros – Trabalho com um notebook e uma controladora. O notebook manda a música para a controladora e eu faço a mixagem, já não tem o CD também.
Zk – Como é que você seleciona as músicas, tem um repertório fixo?
Lis Medeiros – Vai muito do estilo, o meu repertório é um repertório de gosto pessoal, quer dizer, toco as músicas que eu curto. Noventa por cento das músicas que toco são músicas que a galera gosta e que eu gosto também.
Zk – Não tem aquele lance do DJ pegar uma música seja ela, sertaneja, pagode, MPB e transformar em música eletrônica?
Lis Medeiros – Quem trabalha com isso é o DJ que faz produção, ele modifica a música transformando em vários estilos. No meu caso faço apenas Mixagem que consiste em unir duas músicas na balada.
Zk – O que você quer dizer com uni duas músicas na balada?
Lis Medeiros – Partimos do princípio de que na balada a música não pode parar. Assim sendo, nosso trabalho de mixagem é fazer com que a galera não perceba a passagem de uma música para a outra, isso chamamos de unir as músicas na balada.
Zk – Quando você está tocando costuma animar a galera. Muitos DJs trabalham assim?
Lis Medeiros – Tem DJ que não participa tanto, não anima tanto como é caso do Mauro. Ele anima da maneira dele, mas, dançar, bater palma não. No meu caso, ainda não faço porque me sinto muito tímida, aquela multidão na tua frente, a responsabilidade de comandar a noite quando a galera pode gostar ou não. Agora estou começando a me soltar mais.
Zk – Como DJ profissional você está atuando desde quando?
Lis Medeiros – Vai fazer um ano que estou atuando na noite como DJ profissional. Na realidade é menos de um ano, pois fiz o curso ano passado, mas, já tinha tocado acompanhando o Mauro mesmo sem saber muito sobre a arte de ser DJ.
Zk – Como funciona o DJ, tem gente que pensa que é só colocar o disco no aparelho e pronto?
Lis Medeiros – Já ouvi muito isso, é só dar o play. Não é bem assim não, o negócio é bem mais complexo, tem toda uma sincronia, estrutura musical. Pode se dizer que o DJ é um músico porque tem que entender a estrutura da música, pra poder fazer a mixagem perfeita sem que as pessoas na pista percebam.
Zk – Existe preconceito por você ser mulher atuando como DJ?
Lis Medeiros – Graças a Deus a aceitação tem sido boa. É um diferencial principalmente na nossa região. Lá pra fora existem muitas DJ mulheres, inclusive algumas já vieram tocar aqui.
Zk – Você está tocando aonde?
Lis Medeiros – Por enquanto estou tocando apenas em festas particulares.
Zk – Qual a diferença entre tocar numa festa particular para uma boate?
Lis Medeiros – Existe muita diferença. Numa festa particular, tenho que tocar o que o patrocinador pedir. Se ele pedir sertanejo vou ter que tocar sertanejo. Já numa boate é bem segmentado é eletrônico mesmo. Na boate não posso misturar os ritmos.
Zk – Mesmo sendo uma festa particular e mesmo tocando música sertaneja, o ritmo é o dance?
Lis Medeiros - O que se toca é o chamado hause, o dance é um termo usado para se definir o geral, ou seja, a dance music utilizada nas baladas é a house.
Zk – Antigamente durante uma balada de dance o DJ reservava um espaço para tocar música romântica. Ainda acontece isso?
Lis Medeiros – Não, hoje a balada é toda no ritmo hause, da hora que começa até terminar, não tem essa de música romântica.
Zk – Como está a praça de Porto Velho para os DJs?
Lis Medeiros - Porto Velho cresceu muito nos últimos anos, porém, ainda tem poucas casas para muitos DJs. Na realidade, muitos que se dizem DJ, mas, que na realidade não são. DJs profissionais são poucos aqui.
Zk – O equipamento utilizado pelos DJs é caro?
Lis Medeiros – Um equipamento simples custa no mínimo R$ 3 Mil, porém, se você quiser realmente montar um equipamento de ponta vai ter que desembolsar aproximadamente R$ 15 Mil.
Zk – Como foi que você conheceu o Mauro Marcelo?
Lis Medeiros – A gente trabalhava na mesma empresa Rádio Rondônia FM. Eu fazia parte da administração e o Mauro atuava como produtor, aí aconteceu.
Zk – Se casaram?
Lis Medeiros - Estamos juntos há quatro anos.
Zk – Foi o ciúme que fez você se transformar DJ para não deixar o Mauro sair sozinho para as baladas?
Lis Medeiros - Não, não, sempre gostei. Mesmo solteira antes de conhecer o Mauro já freqüentava as boates da cidade.
Zk – Quem é melhor, o DJ ou o marido Mauro Marcelo?
Lis Medeiros – Sou suspeita pra falar, mas, gosto dos dois.
Zk – Quem quiser contratar a DJ Lis entra em contato através de que?
Lis Medeiros - Tem o telefone 9289-9080 e o e-mail djlismedeiros@gmil.com
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