Meu parceiro e amigo Waldemir Pinheiro da Silva – BAINHA me acordou na manhã de ontem 2, lembrando o que consideramos nossa obra prima musical.
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Acontece
que ontem dia 2 de fevereiro, dia de Yemanjá, o samba enredo de nossa autoria “ODOIÁ
BAHIA” completou 48 anos de sua composição.
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Foi
nossa primeira parceria e aconteceu no ano de 1973. Acontece que certo dia do
mês agosto, encontrei o Bainha ‘jururu’ no Bar do Casimiro e procurei saber o
que estava acontecendo. Ele me mostrou uma carta, endereçada a diretoria da
Escola de Samba Os Diplomatas renunciando o cargo de presidente da Escola que
ele ajudou a criar em 1958.
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O
motivo da renúncia segundo o Mestre, foi porque alguns integrantes da escola não
concordaram com os nomes indicados por ele para assumir cargos na diretoria da
Vermelho e Branco. Diante da rejeição da “máfia”, que atuava e continuou
atuando por muito tempo na escola, Bainha optou, não só por deixar a presidência,
mas, de ser sócio da agremiação.
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Diante
disso, me aproveitei da situação e o convidei para ingressar na Escola de Samba
Os Pobre do Caiari, da qual sou um dos fundadores e mais, se ele aceitaria ser
meu parceiro no samba enredo para o carnaval de 1974 e também, ser o Mestre de
Bateria da escola. Ele ficou assim meio receoso, pois a rivalidade entre as
duas agremiações e seus brincantes era muito acirrada.
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Para acabar
com o receio do Bainha o levei até a residência da Professora Marise Castiel e
ela então, formalizou oficialmente o convite para ele assumir a Bateria da
Caiari.
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Dona
Marise já havia me passado o material (um bocado de livro) sobre as tradições
do povo baiano e seus costumes, inclusive a culinária. Então, já com uma parte
do samba pronto, me sentei com o Bainha no Bar do Gaúcho, que ficava na Esquina
da Joaquim Nabuco com a 7 de Setembro e na presença do Neguinho Menezes e do
Haroldo (um jovem que tocava surdo), concluímos o Samba “Odoiá Bahia”.
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Depois
de aprovado pela Dona Marise sem nenhum corte, passamos a ensaiar com a Bateria
já sob o comando do Mestre Bainha. Isso foi no mês de agosto de 1973. O desfile
é claro foi no ano de 1974.
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Com um
detalhe, o Enredo Odoiá Bahia pesquisado por Marise Castiel, deu o título a
escola de samba Os Pobres do Caiari conquistando a Nota DEZ em todos os
quesitos.
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Esse
samba, também nos deu o título de Vencedores do 1º Festival de Música de Porto
Velho – Uma realização dos Diários Associados (Jornal Alto Madeira). No
festival concorreram músicas de vários ritmos e o nosso samba ficou com o 1º
lugar.
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A
segunda parte da letra conta com os seguintes versos:
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Dia 2
de fevereiro, os Saveiros vão pro mar; Vão prestar sua homenagem, A Rainha
Yemanjá.
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Por
isso Bainha lembrou do samba na data de ontem. Dia 2 de fevereiro é feriado na
Bahia.
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O
samba Odoiá Bahia, é cantado até hoje em qualquer roda de samba que acontece em
Porto Velho. Obrigado Rainha Yemanjá.
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A história
completa desse enredo e do samba, contei em outra ocasião. Veja no link abaixo.
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Ontem
não publiquei a coluna por motivos particulares. Não tem nada a ver com a
COVID, foi porque não deu mesmo. Obrigado pelas mensagens de preocupação com a
minha saúde!
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Deus
no comando!
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