terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Lenha na Fogueira - 06.02.19


Poxa vida,  minha amiga Elizabeth Madeira de Assis me fez voltar no túnel do tempo, ao postar no grupo saudosismo portovelhense  a foto que reproduzo aí em cima.

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Era o carnaval de 1987 e a escola á a Unidos da Castanheira. e o que estou fazendo no desfile da escola da Arigolândia se minha escola era a Pobres do Caiari.

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Acontece que o Samba de Enredo era de minha autoria em parceria com o Torrado, daí minha presença na avenida. Vamos contar a história do carnaval daquele ano de 1987.

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Por um pequeno problema que aconteceu na disputa  do samba de enredo da Escola de Samba Os Pobre do Caiari, na qual o vencedor foi o Bainha e eu me achando prejudicado, aceitei fazer o samba Unidos da Castanheira a convite de outro dissidente da Caiari meu amigo José Carlos Lobo e como o Torrado era o intérprete principal da escola o convidei para ser meu parceiro.

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Isso não quer dizer que traí minha escola, pois desfilei pela Caiari cantando o Samba do meu amigo particular Bainha sem problema nenhum.

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Na foto estou admirando o Torrado (um dos melhores interpretes de samba enredo da Amazônia), puxando o refrão: Quem sabe, sabe. Quem não sabe, vai embora. Ou é calça de veludo, ou então bumbum de fora...”. A escola não ganhou o título, mais o samba, até hoje é cantado em tudo quanto é roda de samba.

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O carnaval de 1987 marcou deveras minha vida de compositor de samba enredo. No dia da finalíssima do concurso de samba da Pobres do Caiari na qual vi meu samba ser derrotado, pelo juri que preferiu o samba do Bainha que por sinal era e é muito bom.

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O que mais me deixou chateado, foi que perdi no Voto de Minerva, pois, nosso samba havia empatado na nota dos jurados e o presidente da Escola que não tinha que dar pitaco na decisão do juri, achou de subir  no palco e anunciar que como presidente da escola: “Elejo o samba do Bainha vencedor”.

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Assim que o resultado foi proclamado, no calor da decepção, falei para os diretores da escola. “VOU GANHAR DE VOCÊS NA AVENIDA”.

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Flávio Daniel vivia me instigando a participar do concurso de samba de enredo da Diplomatas cujo tema era de sua autoria: “SIMPATIA É QUASE AMOR”. Torrado à época, não saia do Chaveiro Gold do Manelão que funcionava na Galeria do Ferroviário e me convidou para ser seu parceiro no samba da Diplomatas.

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Por insistência do Flávio Daniel já conhecia a sinopse porém, falei pro Manelão que não tinha coragem de trair minha escola  Pobres do Caiari, fazendo samba principalmente, para a Dilomatas. E o Torrado: “Cumpadre vamos fazer o samba juntos”.

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Torrado me apareceu com uma letra e melodia muito boa, só faltava parte da segunda parte e o refrão de virada, ou melhor, finalizar o samba.

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O dia o encerramento das inscrições foi chegando e nada deu concordar em participar. Deixa que já havia feito minha parte do samba, porém, não falei pra ninguém.

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As inscrições se encerravam a meia-noite daquele dia. Saímos do Chaveiro eu, Manelão e Torrado e fomos pra minha casa, e o Torrado aperreando e eu nada de terminar o samba,

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Quando deu ONZE E MEIA da NOITE falei: Torrado canta aí a tua parte! Quando ele terminou, eu cantei o final do samba com o Refrão “Pra amar tem gay, Sapatão e Tem Piranha, Simpatia é Quase Amor, Nessa Vida Tão Estranha...”.

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Entregamos a fita e letra do samba faltando menos de cinco minutos para a Meia Noite. Resultado, ganhamos o concurso, a escola foi campeã e então lembrei aos diretores da Pobres do Caiari.

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Não disse que ganharia de vocês na AVENIDA!

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