SEGUNDO CAPÍTULO
Zk
– Qual o critério que o senhor está usando para nomear sua equipe?
Daniel
Pereira – A primeira coisa é que em alguns segmentos do governo nós não
mexemos. Exemplo: Secretaria de Fazenda só trocamos porque o secretário Wagner
vai participar do processo eleitoral, pegamos o Franco Meagaki Ono que era
adjunto e o nomeamos secretário, pegamos outro técnico da Sefaz que foi
secretário de Fazenda do município de Porto Velho e o nomeamos adjunto. Na
secretaria de Planejamento ficaram o George e o Pimentel; a Superintendência de
Licitações que é a parte nevrálgica do governo, não mexemos, na Controladoria
do Estado não mexemos; a parte jurídica do governo também não mexemos; a saúde
que demorou algum tempo para o governador Confúcio Moura acertar, o Pimentel
saiu pra ser candidato e o Maiorkim que era o adjunto passou a ser o titular e
a Socorro que era Diretora passou a Secretária;
Zk
– E o caso da Seduc com o Valdo?
Daniel
Pereira – O Valdo fez um excelente trabalho nesse último ano, tanto que em
2017, o estado de Rondônia funcionou como um relógio em termo de orçamento
fechou sem nenhum tipo de sobressalto. Geralmente como a educação tem
investimento mínimo obrigatório, o que acontece, quando chega dezembro, o
cidadão começa fazer conta e descobre que não vai fechar e aí começa a fazer
despesa desnecessária, principalmente cursos, o cara não aprende nada e só fica
o vai e vem pra justificar despesa, ano passado isso não aconteceu e o estado
de Rondônia gastou 26,02 em educação. O Valdo por motivo de saúde pediu
exoneração.
Zk
– Já tem o substituto?
Daniel
Pereira – Temos, é a professora Angélica que era a diretora de ensino da Seduc
há mais dez anos. É uma pessoa eminentemente técnica, não tem nenhum tipo de
política partidária comigo e nem com partido nenhum, é uma indicação minha.
Para adjunta trouxemos a professora Chaguinha minha amiga, tem uma ligação
partidária comigo e a experiência de ter sido a Secretária Municipal de
Educação e a Diretora de Ensino pra substituir a Angélica estamos trazendo a
professora Elizabeth Matias de Siqueira. A Betinha nossa amiga de muito tempo,
foi diretora do Colégio Jerônimo Santana em Cerejeiras, foi diretora do maior
colégio de Vilhena que é o Alves de Azevedo e lá ganhou o prêmio como melhor
diretora do estado de Rondônia e esse prêmio, foi uma viagem aos Estados
Unidos.
Zk
– Segurança?
Daniel
Pereira – Mergulhei de forma profunda na questão de segurança pública. Desde
2015 que algo me dizia que a segurança pública seria o tema das eleições de
2018 e eu estava certo, veja bem, intervenção do Exército imposta pelo governo
federal no Rio de Janeiro; o governo federal criou o Ministério da Segurança
Pública. Em que pese o trabalho que o governador Confúcio Moura fez e aqui não
vai nenhuma crítica, porque os estados do Norte e o Brasil todo, passam por
problemas na segurança. Dessas experiências nossas, devo ter visitado pelo
menos uns 15 estados. Já fui fazer palestras em São Paulo em três
oportunidades, não é um paulista doutor em segurança pública que vem fazer
palestra em Rondônia e sim, um rondoniense que vai falar em São Paulo. Quando
se fala da PM de São Paulo, é a maior estrutura depois do exército brasileiro,
é uma instituição com 90 mil pessoas, tive o prazer de levar uma soldada nosso,
pra falar de um trabalho que implantamos aqui em Rondônia que é o Termo Circunstanciado
de Ocorrência que é uma forma diferente de fazer segurança pública, a Polícia
Militar nos chamados crimes de maior potencial ofensivo, em vez de levar pra
delegacia, já leva direto pro juizado especial. Participei de vários eventos
que me permitiu ver um pouquinho de segurança pública a nível internacional.
Tenho uma ideia muito boa de como funciona a segurança pública em Portugal,
Espanha, França, Colômbia, Chile. Isso de vários eventos que participamos e
fomos colhendo algumas experiências e algumas ideias. Segurança pública se faz,
investindo em segurança pública, mas, acima de tudo, se faz investindo na
população. Nesse momento o estado de Rondônia é um dos primeiros, se não o
único estado que adere a um programa da ONU que é o Selo UNICEF.
Zk
– Fale sobre esse selo?
Daniel
Pereira – É um projeto que atua na área de educação, saúde e assistência
social; são onze indicadores e nós estamos criando mais quatro aqui do estado
de Rondônia. Se você me perguntar: Qual o maior legado que eu quero deixar pro
estado, não é o trabalho que fiz em segurança pública. Fiz como vice-governador
e pretendo continuar fazendo como governador, que é cuidar das crianças. As
crianças que estão agora em idade escolar, se eu garantir que elas não evadam
da escola, que elas tenham um bom rendimento escolar e chegue ao segundo grau,
eu já reduzi noventa por cento da possibilidade dela entrar no crime. Vamos
fechar presídio o dia que abrirmos e qualificar nossas escolas. Vamos ter que
encontrar o ponto de equilíbrio pra fazer essas duas coisas. Isso implica em
trabalhar coletivamente com os municípios. O estado de Rondônia nesse quesito
do selo UNICEF já teve um avanço muito grande, foi o melhor estado
estatisticamente na última edição. Participaram 35 municípios e certificaram
18. Agora estamos participando com todos os municípios e vamos trabalhar para
certificar todos. O estado não vai simplesmente ficar de longe olhando, nós
vamos fazer juntos. Essa tarefa é muito importante para que a gente possa
melhorar a qualidade de vida.
Zk
– Exemplo?
Daniel
Pereira – Temos que garantir que toda criança tenha direito a um registro
civil; toda criança tem que estar na escola. Temos que cuidar da saúde dessas
crianças com relação à obesidade, desnutrição, gravidez na adolescência que é
um problema muito sério, um problema pra menina que engravida precocemente, é
um problema pra família dela, grande parte dos problemas sociais que a gente
tem, advêm dessa situação. Mortalidade materna ainda temos índices
inaceitáveis. A mortalidade de crianças e adolescentes por causas externas como
conflitos de rua ou coisa do gênero. Precisamos buscar a participação desses
adolescentes na vida da sua comunidade. Estou com uma ideia bem simples: Nossa
cidade sofre de um problema que é como se fosse uma depressão coletiva, temos
um complexo de inferioridade que não se justifica, aí a gente tem que
enfrentar. Pretendo formar uma equipe de dirigentes dessa cidade. Como é que
vamos fazer isso? Pegar os dez melhores alunos de cada uma das escolas estaduais
o que vai dar mais ou menos MIL alunos e vamos fazer um trabalho de motivação e
formação pra essa molecada. Se nós começarmos agora, daqui dez anos teremos mil
meninos e meninas preparados pra intervirem e ajudarem na vida da cidade. Não
dá pra gente começar nada mágico, começar agora e daqui a seis meses mudar
totalmente a cabeça da cidade. Se eu investir num grupo de meninos e conseguir
ter outra visão de mundo, de que a pessoa pode passar por uma transição de
dificuldade. O meu exemplo, do menino que era bóia fria e teve que deixar de
estudar pra ir capinar roça e hoje chega a governador, qualquer outro menino de
Porto Velho pode fazer isso e as condições deles aqui são mais vantajosas que a
minha, porque a cada 500 metros da casa deles tem uma escola. Se eu que fui
bóia fria cheguei a governador, qualquer menino de Porto Velho tem condições de
chagar a presidente da república. Vamos trabalhar para levar PROERD pra cem por
cento das nossas escolas, que é pro combate ao uso de drogas e entorpecente.
Educação de Trânsito o DETRAN tem um projeto pronto, financiado com material
pronto, queremos preparar 180 MIL meninos e meninas pra questão do Trânsito.
Esse projeto é bem simples, ele empondera as crianças como se fosse o Guarda de
Trânsito ela passa a fiscalizar inclusive o pai, a mãe, o tio e o amigo no que
diz respeito ao trânsito. A questão da educação ambiental: Não adianta que a
gente vai ter polícia pra ficar punindo as pessoas. A educação ambiental tem
que ser algo que está na cabeça da gente. Como é que você explica uma cidade
que toda chuva que cai, a água invade tudo. Por que invade? Porque nós que
moramos nessa cidade e essa é uma obra coletiva ruim, entupimos tudo quanto é
dreno que a natureza possa ter. Meu pai me ensinou o seguinte: “Deus perdoa sempre,
o homem às vezes perdoa a natureza não perdoa nunca”.
Zk
– E mais?
Daniel
Pereira - Por fim, um trabalho com relação ao IDEB que é o Índice de
Desenvolvimento de Educação Básica. Em 2015 Rondônia obteve o 7º melhor IDEB do
Brasil. Só que estamos a 0.7 do primeiro. Com dois ciclos de avaliação se a
gente fizer o dever de casa, toma o 1º lugar. Nas séries finais do ensino
fundamental somos o 11º mais estamos também a 0.7 do primeiro. A melhor
avaliação de IDEB no Brasil para o ensino médio é 3.9 em São Paulo e
Pernambuco. Pernambuco é o que nos motiva, por ter feito isso rapidamente.
Temos hoje quatro mil alunos estudando em Rondônia no ensino médio no modelo de
Pernambuco. Esse foi um dos motivos deu ter chamado a professora Angélica para
assumir a SEDUC. A nota nossa do IDEB em 2015 é 3.3 a melhor do Brasil é 3.9,
estamos a 0,6. Acredito e muito, que se a gente continuar no ritmo que estamos
e fizermos algumas correções, à gente pula pra primeiro lugar rapidinho. Um
país pra sonhar em ser alguma coisa séria em educação tem que ter um padrão de
IDEB de 8 (oito) pra frente. Temos hoje cinco mil professores a mais do que
precisamos em sala de aula. Acredito que tem delegado de polícia a mais temos;
PMs a mais, só que eles não estão lotados no lugar certo e foi por isso, que já
pegamos os que estavam aqui dentro do palácio, um efetivo significativo e
devolvendo para a PM.
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