O
tradicional bloco “Mistura Fina”, desfila na tarde deste domingo
dia 31 de dezembro, pelas ruas do centro histórico de Porto Velho dando adeus ao ano velho (2017) e boas vindas ano ano
novo (2018).
A
fantasia tradicional do bloco que foi criado pelos operários
(técnicos) que vieram trabalhar na construção da Usina
Hidrelétrica de Samuel, é MAIZENA. “Como nessa época enfrentamos
o inverno amazônico e em consequência, nossa cidade ainda tem
muitos pontos de poças d'águas e lama, resolvemos substituir a
roupa branca, usada tradicionalmente nas festas de réveillon, pelo
polvilho de milho mais conhecido como Maizena”, justificou a
coordenadora Sílvia Pinheiro.
A
direção da escola de samba Asfaltão ha alguns anos, assumiu a
coordenação do bloco, que antes saia do bar do Cassimiro na
Almirante Barroso com a Joaquim Nabuco e o transferiu para bar do Antônio
Chulé que fica a rua Bolívia com a Joaquim Nabuco no bairro Santa
Bárbara. “Hoje o bloco, apesar de ser considerado bloco de sujo,
conta com uma organização em seu desfile, hoje temos inclusive
carro de som, uma bateria composta por ritmistas das várias escolas
de samba de Porto Velho, apesar da predominância dos integrantes da
bateria da escola Asfaltão. Contamos com músicos que utilizam
instrumentos de sopro e o esquenta é muito bem organizado com palco e
sonorização na calçada do Bar do Antônio Chulé”, conta o
compositor Waldemir Pinheiro da Silva- Bainha. Na realidade, Bainha é
o único folião dos que fazem parte da coordenação, que participou
da fundação do bloco no início dos anos de 1980.
Desfiles
de antigamente
O
Mistura Fina nasceu numa vila de apartamentos existente a rua
Guanaba sub esquina com a Carlos Gomes no bairro São Cristóvão, onde moravam alguns técnicos que vieram do Rio de Janeiro trabalhar
na Usina de Samuel entre eles, o compositor José Leôncio e o diretor
de harmonia de uma escola de samba também do Rio Edinho e o Bainha
que frequentava a Vila.
O
desfile iniciava em frente a Vila na rua Guanabara, seguia até a Almirante Barroso e descia no rumo do bar “Capivara” que ficou
conhecido como Bar do Cassimiro. A chegada no Capivara acontecia
sempre por volta das 14 horas, onde os carnavalescos e foliões de
Porto Velho se reuniam. Esse pessoal comandado pelo Manelão,
esperava o “bloco do pessoal da Usina” sempre com uma caldeirada
de carneiro, ou mesmo “panelada” (mocotó), geralmente preparada
pelo saudoso Deusdete Careca e pelo Bainha. Parte da tarde os foliões
do Mistura Fina permaneciam no Bar do Cassimiro. O desfile prosseguia a partir das 17 horas e seguia pela Almirante Barroso, Marechal Deodoro, Carlos Gomes, Presidente Dutra, Sete de Setembro, Joaquim
Nabuco até o Bar do Cassimiro. Os cariocas tiravam suas fantasias
(homens vestidos de mulher e mulher de homem) e voltavam para a Vila
da rua Guanabara. Esse roteiro ficou até o término da construção
da Usina de Samuel quando os cariocas regressaram a sua terra natal,
porém, antes de se despedirem reuniram com o pessoal que frequentava
o Bar do Cassimiro e passaram a coordenação do bloco para o Bainha,
Manelão e Oscar Knightz.
O
desfile de hoje
De
acordo com a coordenação, o bloco começa a concentração as 12
horas (meio dia), no Bar do Cassimiro onde estará montada a
estrutura de sonorização, e enquanto os músicos e os cantores do
bloco ficam se apresentando até as 17 horas, quando o desfile
começa, agora fazendo o seguinte percurso: Joaquim Nabuco, Almirante Barroso, Marechal Deodoro, Carlos Gomes, Tenreiro Aranha, Sete de
Setembro, Nações Unidas, Brasília e rua Bolívia até o Bar do
Antônio Chulé.
Lembrando
que a fantasia principal é MAIZENA.
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