REGISTRO HISTÓRICO

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lenha na Fogueira 12.05.17


Pegando o gancho da crônica do Altair dos Santos Lopes – Tatá - BAIRRO DO TRIÂNGULO - O renascer da fênix patrimonial...
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Vou lembrar alguns momentos da minha infância e adolescência, vivida por entre os trilhos da Madeira Mamoré, justamente no trecho entre a casa do seu Bananeira até o Triângulo – (Parte da linha férrea onde o trem fazia a “curva”).
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Minha família morou desde 1956, numa Vila de Casas que existiu na avenida Farquar entre a Sete de Setembro e a Travessa Renato Medeiros em frente a Feira Modelo (Hoje Mercado Central).
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Minha diversão era junto com os colegas da “feira”, amossegando trem. Quer dizer, quando o trem chegava com suas composições das viagens fosse de Guajará Mirim ou até mesmo o chamado “Trem da Feira” que trazia a produção dos agricultores do Teotônio para Porto Velho e, após descarregar, os vagões eram conduzidos pelas locomotivas para o pátio de estacionamento. Era aí que a gente entrava em ação amossegando o “trem”.
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Quantas vezes nos escondemos nos vagões e íamos até o Triângulo e de lá voltávamos a pé por entre os trilhos, encontrávamos com a turma do seu Alumínio (Geraldo Siqueira), Elizer, Clemente, Silva além do Souza filho do Moreira e o Babá que mais tarde se tornou meu parceiro na composição de alguns sambas, entre eles o “Ceará, Lendas e Crenças” - Ceará de Iracema e tinha o Nonato Papudinho. Ali perto onde existiu a casa que até bem pouco tempo, funcionou a sede dos moradores, morava minha tia Ercília e de vez em quando, íamos passar o dia em sua casa e então aproveitávamos para pescar mandi, barba chata e piramutaba.
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Minha ligação com a turma do Triângulo se completava com a frequencial de Paulo Macha, Miguel (O Guarda da EFMM), Zé Cardoso e o Gia fundadores da escola de samba O Triângulo Não Morreu no boteco da mamãe bebendo cachaça
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Depois já sempre frequentava as rodas de seresta e samba, junto com o Manga Rosa autor do samba “Triângulo”, e Jorge Andrade. Veja a breve história do samba “Triângulo”.
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O samba de autoria do Manga Rosa foi feito na residência da dona Abigail esposa do sertanista Francisco Meireles que ficava justamente no “pé” do Morro do Triângulo. A letra do samba que até hoje é sucesso nas rodas de samba em Porto Velho, exalta os boêmios que participavam das reuniões musicais na residência de Abigail. “O Black, Abigail, Chico Moreira, Manga Rosa, Nego Velho, Aldenor e Waldemar...”.
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Inclusive a Casa onde Manga Rosa fez o samba, ainda existe e bem poderia ser tombada como patrimônio histórico.
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Não quero lembrar das namoradas pra não dar confusão porém, o Triângulo foi berço de vários artistas. Nas artes plásticas o destaque vai para o Nonato, no samba como passista, cantor e compositor Babá, cantor Sabará.
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No futebol Elizer e seu irmão Silva pelo Botafogo e São Domingos. Porém o que mais marcou o Triângulo verdadeiro (a parte a margem dos trilhos), foi a Quadrilha “Flor do Maracujá” que tinha sede na residência do seu Joventino Ferreira. Foi em homenagem aquela quadrilha, que o governo estadual colocou o nome “Arraial Flor do Maracujá” no maior evento folclórico de Rondônia.
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Ainda no carnaval destacamos o Moraes tocador de clarim e o Armando Holanda mais conhecido como Periquito que criou o Bloco Infanto/Juvenil o Triângulo Não Morreu, em homenagem, a escola de samba que havia para de desfilar.
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Isso pra não entrar nas tradicionais famílias dos Barbadianos que fizeram do bairro suas pátrias. Parabéns ao Tatá pela belíssima Crônica.
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O Triangulo não morreu e nem morrerá”. Esse era o refrão que os brincantes da escola de samba cantavam em seus desfiles.

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