Os integrantes dos
18 Colegiados Setoriais que compõem o Conselho Nacional de Política Cultural
(CNPC) tomaram posse na noite desta segunda-feira (9) em Brasília (DF). Após um
processo eleitoral que mobilizou mais de 70 mil pessoas, 270 representantes – 15
em cada um dos colegiados – foram escolhidos para serem os titulares da
sociedade civil na principal instância de participação do Ministério da Cultura
(MinC). Outras 255 pessoas foram nomeadas como suplentes.
O ministro da
Cultura, Juca Ferreira, elogiou a representatividade alcançada pelo conselho,
tanto pela ampla participação registrada no processo eleitoral, quanto pela
diversidade dos representantes eleitos. "Fico alegre de ver indígenas,
povo de santo, o pessoal da música, da dança, do teatro e de todas essas
manifestações que temos no Brasil. Isso é de uma força imensa e vocês têm a
responsabilidade de representar todas as dimensões da cultura brasileira, da
popular à mais erudita, da região amazônica ao Rio Grande do Sul",
afirmou.
Juca Ferreira reiterou
que não acredita em políticas públicas construídas apenas em gabinetes e que
foi esse o espírito que balizou toda a ampliação das políticas culturais
iniciadas com o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, em 2003. "O
ministério se relacionava com alguns artistas já consagrados e nós tivemos a
lucidez de compreender que a construção teria que ser feita com os produtores
culturais como um todo, discutindo à luz do dia", destacou.
Integrante eleita
do Colegiado Setorial de Culturas dos Povos Indígenas, Denizia Kawany Fulkaxó
foi escolhida para falar em nome de todos os 18 colegiados. Ela abriu sua fala
entoando uma canção de sua etnia Kariri Xocó, cujo nome, traduzido ao
português, é "Caminho de todos". Usando como gancho o Dia das Mães,
ela comparou o processo do CNPC com o nascimento de uma criança. "Ser mãe
é parir um filho, ser mãe é sentir as suas entranhas expulsando seu filho. E
hoje todos os colegiados se encontram desta maneira", disse.
Questionada sobre
quais deveriam ser as prioridades de seu colegiado no próximo período, Denizia
reafirmou: "As pessoas costumam dizer que o Estado tem uma dívida com os
povos indígenas. Eles pedem até desculpa, mas não é desculpa que eles devem. Na
verdade, eles devem toda a originalidade relacionada às terras, à educação, à
saúde, a todo esse contexto da cultura do nosso povo", cobrou.
Cada um dos 18
colegiado do CNPC é composto por 20 titulares – sendo cinco do poder público e
15 representantes da sociedade civil – e 20 suplentes, ambos eleitos para dois
anos de mandato. Os Colegiados Setoriais já empossados são das seguintes áreas:
Arquivos, Arquitetura e Urbanismo, Artesanato, Arte Digital, Artes Visuais,
Cultura Afro-brasileira, Cultura Indígena, Cultura Popular, Circo, Dança,
Design, Literatura, Moda, Música, Museu, Patrimônio Imaterial, Patrimônio
Material e Teatro. A representação do Audiovisual ainda está em fase de
avaliação pelo MinC.
Nesta quarta-feira (11) o
pleno do CNPC realiza a primeira reunião deste ano. O Pleno conta com 58
integrantes, dos quais 20 são da sociedade civil e os demais, representantes
dos poderes públicos federal, estadual e municipal. Eles têm mandatos de dois
anos (2015 a 2017) e a missão de atuar como consultores e participantes das
discussões, construções e revisões de políticas para a cultura. (Fonte Vinicius
Mansur Assessoria de Comunicação Ministério da Cultura).
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