O trabalho é importante para a preservação da cultura. |
Quem viveu os anos dourados da era
pré-globalização deve se lembrar das histórias e causos contados por seus pais
ou avós. Algumas protagonizadas pelos próprios, outras que pairaram no ar pelos
seus absurdos, mas todas deliciosas de se ouvir e que até hoje muitos guardam
na memória. Pois essa prática vem sendo resgatada no município de Teixeirópolis-Ro,
a 385 quilômetros da capital Porto Velho, através do projeto Resgate Cultura e
Troca de Saberes executado pela Emater-Ro.
O projeto Resgate Cultural e Troca de
Saberes teve sua primeira apresentação no ano de 2008, na Comunidade Santa
Cristina, daquele município. Histórias populares, contos e causos, cantigas de
roda, quadrilhas, poesia, música com acompanhamento de violão, pandeiro e
sanfona, comidas típicas e até luz de candeeiro foram os ingredientes dessa
atividade que contou com a participação de mais de 200 pessoas da comunidade.
Segundo a agente de Ater envolvida no
projeto, Eliane Ventura Roberto, as atividades variam de uma comunidade para
outra, entretanto, o que realmente se destaca é o fato de que são envolvidas no
processo todas as gerações. “A equipe da Emater-RO vem apoiando o
desenvolvimento sociocultural da comunidade na perspectiva da geração de
oportunidades para que os jovens encontrem um ambiente que permita fluir
talentos e potenciais, capazes de promover a inclusão social”, explica Eliane.
Antigos passam aos mais jovens |
As atividades culturais são
organizadas a partir das habilidades e costumes da biodiversidade amazônica e
tem produzido grandes apresentações, motivando canções, contos, histórias e
brincadeiras de rodas que trazem para a população local a esperança de uma vida
harmônica para mais de 500 famílias das 15 comunidades envolvidas. Para isso, o
Projeto também conta com o apoio da instituição comunitária local, a Associação
Mista dos Produtores Rurais Nossa Senhora Auxiliadora (Amiproral) e parceria da
Prefeitura e Câmara Municipal de Teixeirópolis para consolidar o resgate e
preservação da cultura local.
A agente de Ater relata ainda que com
a realização desse projeto, é possível observar a grande importância para o
desenvolvimento sociocultural e ambiental do homem do campo e da cidade, que
não se atém apenas no dia do evento, mas ao longo dos anos. “O corpo técnico
acompanha as famílias, compartilhando suas alegrias e seu desenvolvimento no
processo produtivo, adquirindo assim uma proximidade tão grande que acaba por
fazer parte da família, a família emateriana, permitindo assim a facilidade de
socialização das informações e participação das famílias nas atividades de
Ater”, diz ela.
Já, para os agricultores, o resgate
cultural é importante porque mostra aos mais novos como era o jeito que se
vivia, como eram os costumes, as brincadeiras e as dificuldades enfrentadas,
principalmente quando da chegada dos pioneiros ao estado, e da instalação da
comunidade.
Danças tradicionais precisam ser preservadas |
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