Mado
e o espetáculo Solo e Outros
Hei de lá, hei de cá... Esse é o refrão de uma toada
antiga da brincadeira de boi bumbá. Do boi bumbá que se dançava em Porto Velho
até o final da década de 1980, portanto, não faz tanto tempo assim. O poeta
Mado numa sacada espetacular colocou tudo isso, num texto que junta a
brincadeira de boi bumbá daquele tempo, com o boi de verdade do Dega um
vendedor de mingau e outras iguarias que estacionava sua carroça em frente ao
Mercado Municipal (hoje Cultural) e na área boêmia onde funcionavam os
“puteiros” da Mãe Preta, Tambaqui de Ouro, Madame Elvira, Anita, Maria Eunice e
outros, e o boi do seu Valdemar um carroceiro que fazia carretos pelas ruas de
Porto Velho. Antes de nos colocar frente a frente com o boi Corre Campo do
Galego e do boi Garantido do Zé Luiz, Mado nos leva a recordar o tempo que
também, fabricávamos nosso time de Futebol de Botão (salotek) com caroço de
tucumã e promove uma “trança” de papagaio que termina em discussão, porque um
dos “moleques” havia colocado gilete na rabiola.
É um espetáculo saudosista no sentido mais amplo, basta
lembrar, que após ler uma poesia, talvez para preparar o público para o que
vinha depois; depois de uma coreografia muito bem desenvolvida, eis que somos
surpreendidos com a ‘matança” do boi (bumbá), um ritual dos mais sentimentais
da brincadeira, o silencio toma conta do teatro Banzeiros e o artista numa
encenação magnífica, após “cacetar” a cabeça do boi enfia-lhe um punhal na
jugular, tudo de brincadeira, pois o punhal era um pedaço de pau, promove a
“divisão” do Boi, “O pedaço da pá, vai pro seu Valdemar, a parte da bunda pra
dona Raimunda...”
“Alevanta meu boi, alevanta e nada...”. Esse episódio
aconteceu de verdade, quando o Amo cansado de cantar para o boi levantar e o
bicho nem se mexia, foi verificar e descobriu o “miolo” totalmente embriagado,
no maior sono”.
“Hei ferro, hei aço, eu te procuro mas, não acho...” nos
leva a chamar a atenção do público que gosta de um bom espetáculo teatral a
ficar atendo para a próxima apresentação da peça do grupo de Teatro Da o Bote:
“Solo e Outros” com o Poeta Mado contando histórias verdadeiras, ocorridas na
Porto Velho de pouco tempo atrás.
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