Reportagem e entrevista
Geovani Berno
A companhia de teatro
Anômade existe há um ano em Porto Velho e já desponta no cenário local e
nacional com bons espetáculos e conquista de prêmios nacionais e regionais.
Recentemente a companhia esteve se apresentando na cidade do Rio de Janeiro se
apresentando na mostra de teatro 100 anos de Nelson Rodrigues. E nos dias 11 e
12 de outubro se apresentou no festival de teatro da Amazônia, em Manaus, com
os espetáculos Álbum de Família e Cabarét, no teatro Amazonas, tendo
conquistado os prêmios de Melhor Atriz (Jória Lima), Melhor Ator (Caio Setúbal)
e Ator Revelação (Landerson Laif).
Mas “nem tudo são flores na
ilha das flores”. Para ir a Manaus representando o estado com dois espetáculos
a companhia teve de desembolsar o custo das passagens (são treze pessoas para
os dois espetáculos), pois o cachê pago é pequeno para cobrir todas as
despesas. “Resolvemos ir mesmo assim, mesmo pagando, pois a companhia ainda é
nova e precisava mostrar trabalho”, disse a diretora Jória Lima.
Cabaret, inicialmente
projetado para ser um espetáculo de rua, teve sua apresentação modificada para
ser apresentada nas dependências do teatro Amazonas. “subimos o fosso da
orquestra e fizemos com aquelas iluminações de frente e lateral e colocamos o
letreiro de Cabaret em frente a cortina vermelha e funcionou super bem”,
informou a diretora e atriz Jória Lima. Segundo a diretora o espetáculo foi
muito bem recebido “recebeu aplausos em cena aberta, foi muito legal!”.
Jória cita que o Festival
teve os pontos positivos e negativos. Segundo ela, a secretaria estadual de
Cultura, tem esta preocupação local de investir no artista, dando condições
para que este artista possa desenvolver o seu trabalho, porque eles pagam muito
bem. “Em Manaus circula muito dinheiro, tem um PIB (Produto Interno Bruto)
altíssimo e a secretaria dá este apoio local. O que difere do tratamento de
quem vem de fora. Então até sugeri no último dia do debate, que eles fizessem
um edital local mesmo se o propósito é este. Porque para nós foi muito difícil
irmos com o orçamento que tinha”, conclui.
Problemas no edital
A diretora explica que há
sim algumas coisas que necessitam ser corrigidas no edital. Por exemplo cita
que o cachê era de R$ 5 mil por espetáculo e a companhia que tiver mais de um
espetáculo aprovado (se houvesse) teria de utilizar este valor para os dois
espetáculos. Portanto, o cachê não é mais de R$ 5 mil, mas baixa para R$ 2.500
mil por espetáculo. Jória explica que não sabia se teria os dois espetáculos.
“Nós mandamos para um ser selecionado para a mostra alternativa e o outro para
o palco do teatro Amazonas, mas nós tivemos os dois aprovados e os dois para o
palco do teatro Amazonas, então ficamos em xeque-mate”.
Mas a surpresa veio quando
chegaram a Manaus e souberam que os grupos locais recebiam R$ 15 mil. E isso não
constava neste edital. E o que eles informaram é que tem haveria outro edital
dentro do edital. “Quer dizer, eu não sei como isso funciona, mas nós nos
surpreendemos porque por exemplo, tinha um monólogo, com no máximo 3, 4 pessoas
na equipe e recebeu R$ 15 mil”.
Denúncia
Jória explica ainda que
durante os debates teve uma conversa com os organizadores, até por que trabalha
nesta área jurídica também e colocou esta questão, porque em sua análise a
cláusula é restritiva de competitividade, então ela ofende o artigo 3º da Lei
8.666 (Lei das Licitações), porque ela cria uma diferenciação para o mesmo
serviço prestado. Com isso “ tenho até o interesse em entrar com uma ação junto
ao Tribunal de Contas do Amazonas (TC/AM) para questionar esta diferença”. Complementa dizendo que “não vejo porque
prestando um serviço de qualidade da mesma forma que os demais receber de forma
diferenciada”.
O caráter da denúncia pode
ser constatado na afirmação de que mesmo em se tratando de uma concorrência
pública, a Anômade foi o único grupo que se inscreveu de fora do estado do
Amazonas. Com isso, um festival que
deveria ser da Amazônia “está virando o festival do Amazonas, quiçá da cidade
de Manaus. Porque mesmo do interior do Amazonas eu não vi nenhum”, falou
indignada.
Mesmo assim para o grupo foi
muito bom ter participado, independente dos prêmios. O fato de ser selecionado
já é um prêmio. Se diz feliz por poder levar esta turma, de jovens atuantes,
que estão começando agora, para que eles possam participar fazendo intercâmbio
com outros artistas, técnicos, vendo outras linguagens. Isso é um investimento
na formação.
PREMIAÇÕES (com informações
do portal G1/AM)
A companhia Anômade venceu
em três categorias Melhor Atriz (Jória Lima), Melhor Ator (Caio Setúbal) e Ator
Revelação (Landerson Laif). No dia 17 foram entregues todos os prêmios e
indicados destaques, tanto no teatro adulto como no infantil. O destaque foi o
espetáculo da companhia Arte em Movimento que venceu em quatro categorias. O
Festival também homenageou o ator amazonense Sérgio Lima, falecido em janeiro
deste ano.
O edital do festival também
previa vencedores para um prêmio especial aos grupos de Manaus, que concorreram
ao Prêmio Circulação, onde irão se apresentar em várias cidades do interior do
Amazonas e também por uma capital brasileira, ainda não escolhida. Os
vencedores foram “O cavaleiro da armadura de sol”,
da Associação ArtBrasil; “Aykunã e a árvore da sabedoria”, da Cia Arte em
Movimento Zona Cultural, “Chapeuzinho Amarelo”,da Cia de Teatro Metamorfose e
“Se Essa Rua Fosse Minha”, do Grupo Baião de Dois.
Prêmio Circulação:
1 – O cavaleiro da armadura de sol – Associação ArtBrasil
2 – Aykunã e a árvore da sabedoria - Cia Arte em Movimento Zona Cultural
3 –Chapeuzinho Amarelo – Cia de Teatro Metamorfose
4 – Se Essa Rua Fosse Minha – Grupo Baião de Dois
1 – O cavaleiro da armadura de sol – Associação ArtBrasil
2 – Aykunã e a árvore da sabedoria - Cia Arte em Movimento Zona Cultural
3 –Chapeuzinho Amarelo – Cia de Teatro Metamorfose
4 – Se Essa Rua Fosse Minha – Grupo Baião de Dois
Prêmio Pesquisa de Linguagem
O cavaleiro da armadura de sol (para a Associação ArtBrasil)
O cavaleiro da armadura de sol (para a Associação ArtBrasil)
Prêmio para produção de trabalho coletivo
Aykunã e a arvore da sabedoria (Cia Arte em Movimento zona cultural)
Aykunã e a arvore da sabedoria (Cia Arte em Movimento zona cultural)
Prêmio para concepção visual
Chapeuzinho Amarelo – (Cia de Teatro Metamorfose)
Chapeuzinho Amarelo – (Cia de Teatro Metamorfose)
Prêmio para sonoplastia e performance visual
Aykunã e a arvore da sabedoria
Aykunã e a arvore da sabedoria
Prêmio para pesquisa Cênica
O Casamento (Cia amattores)
O Casamento (Cia amattores)
Prêmio Queiroz (O Homem, A Pedra e O Rio)
- Richard Harts (O Cavaleiro da Armadura de Sol)
- Selma Bustamante (Se Essa Rua Fosse Minha)para concepção cênica
A Casa de Bernarda Alba (Grupo AACA – Arte e Fato).
- Richard Harts (O Cavaleiro da Armadura de Sol)
- Selma Bustamante (Se Essa Rua Fosse Minha)para concepção cênica
A Casa de Bernarda Alba (Grupo AACA – Arte e Fato).
Prêmio para atores:
- Arnaldo Barreto (Mitos e Lendas Caboclas)
- Caio Setúbal (Cabaret Paródia do Amor Romântico e Álbum de Família)
- Dimas Mendonça (Rodrigueanas Amazonicas)
- Ednelza Sadho ( A Casa de Bernarda Alba )
- Jória Lima (Álbum de Família)
- Arnaldo Barreto (Mitos e Lendas Caboclas)
- Caio Setúbal (Cabaret Paródia do Amor Romântico e Álbum de Família)
- Dimas Mendonça (Rodrigueanas Amazonicas)
- Ednelza Sadho ( A Casa de Bernarda Alba )
- Jória Lima (Álbum de Família)
- Karol Medeiros (Aykunã e a Árvore da Sabedoria)
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