“Tão cheia
de pudor que vive nua", foi com a frase do Soneto do Orfeu, de Vinicius de
Moraes, que Enoli Lara, a primeira mulher a desfilar totalmente nua na Marquês
de Sapucaí, se descreveu. O feito aconteceu há 25 anos, quando a União da Ilha
do Governador desfilou o enredo “Festa Profana”, no Sambódromo do Rio. No ano
seguinte, em 1990, a “genitália desnuda” foi proibida no carnaval.
Aos 64 anos, Enoli diz que se tornou mito, se
considera um eterno símbolo sexual e fala que o carnaval foi o grande e
inesquecível amor de sua vida.“Eu fui o interdito, a bandeira libertária, o
despudor que gerou o pudor. O carnaval foi um divisor de águas na minha
história, assim como eu fui para o carnaval. Criou-se um regulamento depois da
minha exibição na Avenida. Eu virei um mito, um ícone, uma lenda, uma musa, uma
legenda e eterno símbolo sexual. Detenho o DNA, o pátrio poder da genitália
desnuda. Jamais se falará dela sem invocar o meu nome. Omitir o meu nome é um
sacrilégio, é apagar a história, é como negar a beleza das genitálias desnudas
das nossas índias. 'Suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das
cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam'”, disse,
citando a Carta de Pero Vaz de Caminha, de 1500, no descobrimento do Brasil.
2 comentários:
Muda a Cer dessa letra num da pra ler nada
Coloca as letras em branco. Que ai sim da pra ler kkk
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